Brasileira recolhe doações e viaja 3.000 km para ser voluntária na fronteira com a Ucrânia: 'Cansei de ver gente sofrendo'

Por Rogerio Magno em 12/03/2022 às 14:05:40
Jornalista Lucila Runnacles, que mora em Madri, se juntou a colombiano para fazer viagem da Espanha até a Polônia. Segundo ela, eles levam doações e vão retornar com refugiados. Brasileira recolhe doações e viaja 3.000 km para ser voluntária na fronteira com a Ucrânia

Cansada das imagens de horror que mostram a situação da Ucrânia após ser invadida pela Rússia, uma brasileira que mora em Madri, na Espanha, resolveu deixar a própria casa e viajar 3.000 quilômetros até a Polônia, na fronteira com o país do leste europeu, para ser voluntária.

Lucila Runnacles, jornalista natural de Curitiba, se juntou ao colombiano Juan Alvarez Figueroa e, juntos, recolheram doações e deixaram a capital espanhola na sexta-feira (11) com destino a Przemy?l.

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"Cansei de ver essas notícia ruim, cansei de ver gente sofrendo. [...] Pessoas comuns, poderia ser qualquer pessoa de qualquer país, deixando sua casa, seu lugar de conforto, deixando pessoas para trás, com a roupa que tem na mão, com a sorte de levar alguma mala. Nenhum ser humano merece passar por isso", disse a brasileira, de 45 anos.

O planejamento é chegar à cidade final no domingo (13) e fazer a entrega das doações.

Os itens foram doados por amigos da dupla, conhecidos, ucranianos que moram em Madri e também por meio do envio de dinheiro para ajudar na missão de Lucila e Juan. Entre as doações estão fraldas, alimentos - também para bebês, kit de primeiros socorros e roupas.

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Depois, Juan irá retornar à Madri levando seis ucranianos refugiados - o número máximo de passageiros que consegue levar dentro do veículo. Já Lucila vai permanecer na cidade polonesa por cinco dias, segundo ela, para "fazer o que for preciso".

Trajeto entre capital espanhola e cidade polonesa é de 3 mil quilômetros

Arquivo Pessoal/Lucila Runnacles

Objetivos alinhados

Lucila e Juan organizaram viagem em três dias

Arquivo Pessoal/Lucila Runnacles

Segundo Lucila, a jornalista e técnico de informática de 46 anos se encontraram por meio de um grupo nas rede sociais. Ela enviou uma mensagem falando da vontade de fazer alguma ação para ajudar ucranianos, e o objetivo compartilhado por Juan uniu os dois.

Ao g1, ela contou que a organização de toda a viagem levou três dias.

No primeiro, o encontro pelas redes sociais diante da vontade em comum. No dia seguinte, eles se conheceram pessoalmente e combinaram a viagem. E sexta-feira os dois partiram juntos rumo à Polônia.

Neste sábado, até a publicação desta reportagem, os dois estavam na Alemanha.

Para custear toda a viagem, os dois tiraram recursos do próprio bolso e contaram também com a ajuda de conhecidos. Conforme a jornalista, além da parte financeira, o apoio e as mensagens de carinho de conhecidos e amigos também serviu de estímulo e suporte para a ação.

"Me enche de alegria saber que a gente não está sozinho", ressaltou.

Os dois também publicam diariamente os passos das viagens nas próprias redes sociais, no @viagemcult e @jumalfi. Por lá, eles mostram os detalhes do que encontram pelo caminho - e do que vem pela frente.

Inclusive, segundo Lucila, a alegria foi grande ao encontrar na estrada outros veículos seguindo rumo à Polônia e à Ucrânia para ajuda humanitária. Até mesmo um comboio que segue para a região foi registrado.

Brasileira encontrou comboios de ajuda humanitária no caminho para a Polônia

Lucila Runnacles/Arquivo Pessoal

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A invasão

A Rússia iniciou, em 24 de fevereiro, uma ampla operação militar para invadir a Ucrânia.

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Arte g1

Putin iniciou o ataque ao leste da Ucrânia, com misseis e explosões. Em resposta, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acionou tropas e distribuiu armas aos ucranianos.

A capital, Kiev, teve congestionamentos, corrida aos mercados e estações de trem lotadas. Milhares de moradores começaram a deixar a cidade desde as primeiras horas do dia.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou Putin de iniciar uma "invasão em grande escala" contra o país.

Países contrários à invasão, como Estados Unidos, França e Inglaterra, anunciaram sanções para sufocar a economia russa, numa tentativa de desestimular os ataques.

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Fonte: G1

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