Governo Lula prega união do País e resgate dos símbolos oficiais no primeiro 7 de Setembro da nova gestão

Por Rogerio Magno em 04/09/2023 às 22:16:14
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Foto: Ricardo Stuckert / PR

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Foto: Ricardo Stuckert / PR

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer desvincular a comemoração do 7 de Setembro da imagem de Jair Bolsonaro (PL) e quebrar a associação entre símbolos nacionais e o apoio ao ex-presidente. Na gestão passada, Bolsonaro buscou usar a data como manifestação de endosso ao governo dele. O ex-chefe do Executivo convocava aliados a comparecerem ostentando símbolos como camisetas e bandeiras verdes e amarelas. Os objetos tinham o rosto e alusões à campanha do então presidente.

Com o slogan "Democracia, soberania e união", a celebração do Dia da Independência do Brasil está prevista para começar às 9h em Brasília. O tradicional desfile na Esplanada dos Ministérios será dividido em quatro eixos: "Paz e Soberania", "Ciência e Tecnologia", "Saúde e Vacinação" e "Defesa da Amazônia".

Segundo o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, o objetivo da celebração será incentivar a "união das pessoas". Pimenta afirmou que o evento busca resgatar símbolos oficiais como a Bandeira do Brasil e o Hino Nacional. "Exaltar esses símbolos nacionais é fundamental para reavivar o que está na Constituição brasileira", disse.

Com uma previsão de duração de duas horas, o evento terá execução do Hino Nacional, passagem das tropas das Forças Armadas, show aéreo da Esquadrilha da Fumaça e desfiles de escolas, bombeiros e bandas. A expectativa de público é de 30 mil pessoas.

Como mostrou o Estadão, o governo Lula já desembolsou R$ 3 milhões na contratação da empresa responsável pela montagem e organização do desfile do 7 de Setembro. A quantia representa mais que o dobro do gasto pelo ex-presidente em seu primeiro ano de mandato. A vencedora da licitação foi a mesma que realizou o primeiro desfile cívico-militar de Bolsonaro em 2019. Neste ano, ela embolsará R$ 1,8 milhão a mais do que quatro anos atrás.

Dia da Independência no governo Bolsonaro

Os dois últimos feriados do 7 de setembro da gestão Bolsonaro foram os de maior repercussão política por causa dos enfrentamentos do ex-presidente às instituições democráticas. Em 2022, além de contar com a data do bicentenário da Independência, a celebração teve os investimentos turbinados em um contexto de politização durante a disputa eleitoral.

O caso fez com que Bolsonaro fosse investigado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suspeita de abuso de poder econômico e político na maneira como o evento foi realizado. Na época, o então presidente fez um discurso que foi acusado de ter cunho eleitoral.

Ele também convocou os eleitores a participarem dos atos do Dia da Independência vestindo verde e amarelo. "No próximo dia 7, todos nas ruas. Todos de verde e amarelo. Vamos mostrar ao mundo que estamos unidos no mesmo ideal", disse às vésperas da data do ano passado.

A celebração do 7 de Setembro ficou atrelada ao bolsonarismo, principalmente após 2021, quando Bolsonaro inflamou seus apoiadores com um discurso de ataque ao Poder Judiciário. Na ocasião, chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de "canalha", pediu para ele "sair" do cargo e disse que, a partir daquele momento, não obedeceria a nenhuma determinação do magistrado. Depois, recuou.

Fonte: Estadão

Fonte: Portal 98 FM

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