Alimentos aliviam inflação dos mais pobres, diz Ipea

Por Rogerio Magno em 18/01/2024 às 06:58:49
A inflação acumulada no ano foi de 6,22% para a renda alta e de 3,27% para os mais pobres - Foto: Arena/Estadão

A inflação acumulada no ano foi de 6,22% para a renda alta e de 3,27% para os mais pobres - Foto: Arena/Estadão

A queda nos preços dos alimentos para consumo em casa e dos artigos de residência freou o ritmo de alta no custo de vida percebido pelas famílias de baixa renda em 2023, enquanto as passagens aéreas e gasolina mais caros pressionaram a inflação sentida pelos mais ricos, informou nesta quarta-feira (17), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que os preços na economia passaram de uma alta de 0,20% em novembro para uma elevação de 0,61% em dezembro para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta houve aceleração de uma elevação de 0,58% em novembro para um aumento de 0,62% em dezembro.

Com o resultado, a inflação acumulada no ano foi de 6,22% na faixa de renda alta (ante 6,83% em 2022) e de 3,27% na faixa de renda muito baixa (ante 6,35% em 2022). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, passou de uma elevação de 0,28% em novembro para 0,56% em dezembro. A taxa acumulada em 2023 ficou em 4,62%, ante 5,78% em 2022. As famílias de renda mais baixa viram um arrefecimento maior na inflação anual graças à "forte descompressão" registrada nos alimentos para consumo no domicílio, que passaram de uma elevação de preços de 13,2% em 2022 para um recuo de 0,5% em 2023.

"Por certo, dado o peso desses itens alimentícios na cesta de consumo das famílias mais pobres, a queda dos preços da carne (-9,4%), das aves e ovos (-6,8%), dos leites e derivados (-3,0%) e dos óleos e gorduras (-14,5%), em 2023, trouxe um alívio inflacionário maior para esses segmentos. No caso das faixas de renda mais elevadas, a queda dos preços dos alimentos no domicílio acabou sendo anulada pela alta de 5,3% dos serviços de alimentação fora do domicílio", apontou o Ipea.

Ao mesmo tempo, algumas das maiores pressões inflacionárias do ano de 2023 também impactaram mais as famílias de maior poder aquisitivo, como os reajustes de 47,2% das passagens aéreas, de 12,1% da gasolina e de 11,5% dos planos de saúde.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 2.015,18 por mês a até uma renda mensal familiar acima de R$ 20.151,76.

Fonte: Tribuna do Norte

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