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Senado dos EUA quer ratificar juíza conservadora na Suprema Corte até 30 de outubro


Amy Coney Barrett, uma católica praticante, mãe de sete filhos, deverá consolidar uma maioria conservadora na mais alta instância jurídica dos Estados Unidos. Amy Coney Barrett, indicada à Suprema Corte dos Estados Unidos

Olivier Douliery/AFP

O Senado americano, de maioria republicana, agendou para 12 de outubro a primeira audiência com ajuíza conservadora antiaborto Amy Coney Barrett, 48 anos, indicada no sábado (26) por Donald Trump para ocupar a vaga deixada pela progressista Ruth Bader Ginsburg, falecida há dez dias, na Suprema Corte dos EUA.

De olho nos votos dos católicos, que representam 20% da população americana, mas também de evangélicos protestantes e de eleitores pró-armas, o Senado quer aprovar o nome de Barrett, uma juíza contrária ao aborto, ao sistema de saúde Obamacare e defensora do porte de armas até os dias 29 ou 30 de outubro, no máximo, a poucos dias da disputada eleição de 3 de novembro.

Quem é Amy Coney Barrett, indicada por Trump à Suprema Corte

Na cerimônia de nomeação de Barrett, realizada ontem nos jardins da Casa Branca, Trump adotou um tom solene. "Nesta noite, tenho a honra de indicar uma das mentes mais brilhantes e dotadas do país em legislação para a Suprema Corte", declarou o republicano. "Você será fantástica", continuou, ao falar com a juíza de 48 anos, que estava ao seu lado, antes de prever que o Senado irá confirmar rapidamente a indicação.

Barrett, uma católica praticante, mãe de sete filhos, deverá consolidar uma maioria conservadora na mais alta instância jurídica dos Estados Unidos. "É minha terceira indicação", declarou sorridente o presidente Trump, que em apenas um mandato teve a oportunidade de escolher três novos integrantes para a Suprema Corte.

Minutos após o anúncio, o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, pediu para que o nome do novo juiz da Suprema Corte não fosse escolhido antes das eleições presidenciais de 3 de novembro. "O Senado não deveria pronunciar-se sobre a vaga até que os americanos tenham escolhido seu próximo presidente e seu próximo Congresso", afirmou em comunicado.

Protestos democratas

Trump se apressou a iniciar o processo de substituição de Ginsburg, um ícone progressista e feminista, com o objetivo de fazer da Suprema Corte, cujos membros são vitalícios, um tribunal claramente conservador.

A oposição democrata insiste que a responsabilidade de apontar um novo juiz para a Suprema Corte deveria ser do vencedor das próximas eleições. O tribunal tem decisão final sobre temas de grande sensibilidade para a sociedade americana, como o aborto, o porte de armas, a descriminação positiva e litígios eleitorais.

Para a senadora Kamala Harris, companheira de chapa de Biden, a indicação da juíza Barrett "faria da Corte um tribunal ainda mais de direita" e "prejudicaria milhões de americanos", colocando em perigo a cobertura de saúde adotada durante a presidência do democrata Barack Obama, antecessor de Trump.

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), a principal organização de direitos humanos nos Estados Unidos, também pediu ao Senado que adiasse a confirmação somente para depois de 20 de janeiro de 2021, quando o vencedor das eleições assume o mandato.

O tema da indicação de Barrett certamente será abordado no primeiro debate televisionado da campanha presidencial entre Biden, favorito nas pesquisas, e Trump, na próxima terça-feira.

"ACB" depois de "RBG"

Amy Coney Barrett -"ACB", como foi apelidada pela imprensa americana - já esteve entre os favoritos de Trump para a Suprema Corte em 2018, mas o presidente acabou optando por indicar o juiz Brett Kavanaugh.

"Amo os Estados Unidos, amo a Constituição dos Estados Unidos", declarou Barrett em breve depoimento em que homenageou a falecida magistrada Ruth Bader Ginsburg. "[Ginsburg] ganhou a admiração de todas as mulheres do país e no mundo inteiro", disse a indicada de Trump.

Uma semana após sua morte aos 87 anos, Ginsburg recebeu na sexta-feira uma última homenagem solene no Capitólio, em Washington, em cerimônia que conta com a presença de Joe Biden e Kamala Harris.

Ginsbrug será enterrada em uma cerimônia íntima na semana que vem no cemitério nacional de Arlington, nos arredores da capital americana.

G1

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