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Economia

Desvios na BR-304 devem aumentar preços de produtos das cerâmicas


Mais de 30 indústrias cerâmicas da região estão sendo impactadas pela interdição na rodovia 304 | Foto: Alex Régis/ Tribuna do Norte

Os impactos da interdição da BR-304 depois das fortes chuvas que caíram sobre a região de Lajes no último final de semana ainda não são totalmente conhecidos para boa parte dos setores econômicos do Rio Grande do Norte, mas na indústria ceramista do Estado já é certo que haverá encarecimento nos preços de produtos como tijolos, telhas e blocos. O Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção do RN (Sindicer-RN), estima que os custos com fretes devem aumentar em até 30%, em função da necessidade dos desvios que os veículos precisam pegar para que a mercadoria chegue ao destino final.

O presidente do Sindicer/RN, Vinícius Aragão, pontua que, em números absolutos, a elevação vai significar um gasto de até R$ 500 a mais por cada entrega. Com o fechamento dos trechos correspondentes aos quilômetros 204 a 206 da BR-304, o tráfego tem sido desviado por rodovias como a chamada Estrada do Óleo (RN-401), BR-226, BR-406, BR-110 e RN-118. A rodovia está bloqueada nos dois sentidos, na altura do município de Lajes,

"Isso gera um aumento de distância entre 25% e 30%, dependendo de onde estejam as cerâmicas e os clientes, conseqüentemente aumentando o custo do frete na mesma ordem", afirma o presidente do Sindicer-RN. "Num veículo tipo truck, modelo mais comum entre as indústrias cerâmicas, estamos falando de valores entre R$ 400 a R$ 500 a mais por entrega", complementa.

Ele destaca que, com isso, o preço final dos produtos inevitavelmente será afetado. As conseqüências, aponta, podem ser o desabastecimento no mercado local, a paralisação de obras e a perda de competitividade da indústria potiguar. Ao todo, são mais de 30 indústrias cerâmicas impactadas pela interdição na rodovia.
"O aumento de custos e o conseqüente aumento do preço final nas obras da Grande Natal está gerando desabastecimento e paralisação de obras, além da perda de competitividade dos fabricantes do Vale do Açu, frente aos fabricantes do estado vizinho da Paraíba, que enviam seus produtos pela excelente e duplicada BR 101", afirma.

O presidente do Sindicer/RN diz que espera uma solução rápida para a situação e aponta que as rotas alternativas, como a RN-401 (Estrada do Óleo) precisam de reparos, uma vez que as condições atuais da via geram ainda mais lentidão para o tráfego, além de provocar riscos aos veículos. "Esperamos do poder público federal uma urgente ação de resposta em liberar o acesso marginal provisório da BR-304, bem como do governo estadual a imediata obra de tapa buracos da Estrada do Óleo, que encontra-se completamente esburacada, quase intransitável, tornando esse trajeto perigoso, caro e muito lento", frisou o empresário.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, a interdição vai gerar impactos significativos para outros segmentos da indústria, além do ceramista. "A BR 304 é um dos principais modais de logística para escoamento da produção. A indústria pede urgência", declarou.
A BR 304 é a principal ligação rodoviária entre as duas maiores cidades do Rio Grande do Norte (Natal e Mossoró), além de ser o principal acesso entre a capital potiguar e o estado do Ceará. "A rodovia é fundamental para o escoamento da produção do interior do estado para a Grande Natal, como também da região metropolitana para o interior e estados vizinhos, então a interdição está impactando significativamente o setor produtivo potiguar", ressalta Serquiz.

Desvio
Na manhã desta quinta-feira (4), o Governo do Estado anunciou o início dos serviços de construção do desvio da BR-304 e da cabeceira da ponte da RN-041, que foram afetados pelas chuvas e provocaram a interdição. O secretário de Infraestrutura do RN, Gustavo Coelho, acompanhou o começo das obras, juntamente com equipes do DNIT, PRF e engenheiros da empresa contratada.

A expectativa por uma solução que atenue os problemas para o tráfego na região é alto. No caso da indústria cerâmica, o impacto deve ser direcionado principalmente aos produtores do Vale do Açu e da Região Oeste que destinam produtos para a Grande Natal. Com o bloqueio, a alternativa para deixar o Vale do Açu é pegar a Estrada do Óleo e seguir pelo município de João Câmara via pela BR-406, até chegar à capital.

Tribuna do Norte

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