Tempestade tocou o solo do estado americano como um furacão de categoria 2 na sexta-feira (9), com ventos de 155 km/h. Neste sábado, a velocidade dos ventos diminuiu para 75km/h. Repórter se protege ao transmitir boletim sobre o furacão Delta de Lake Charles, na Louisiana, na sexta-feira (9)
Chandan Khanna/AFP
O Delta, que segue avançando pelo estado de Louisiana neste sábado (10), perdeu força e se transformou em uma tempestade tropical, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).
O ciclone atingiu a costa da Louisiana como um furacão de categoria dois na tarde da sexta-feira (9), com ventos de 155 km/h. Neste sábado, os ventos diminuíram para 75km/h, segundo a agência AP.
O Delta é o décimo ciclone dos Estados Unidos em 2020, um recorde, segundo meteorologistas. O fenômeno também é a 26ª tempestade de uma temporada de furacões no Atlântico incomumente ativa. Em setembro, os meteorologistas ficaram sem nomes para designá-los e tiveram de usar letras do alfabeto grego.
Os estragos do Delta
Na sexta, a Guarda Nacional dos EUA foi mobilizada, enquanto a população da costa do estado, no sudeste do país, abandonou suas casas, diante da ameaça de fortes tempestades e inundações.
"Não sei se teremos uma casa quando voltarmos", desabafou Kimberly Hester, moradora de Lake Charles, Louisiana (sudeste), por onde o Delta passará.
Esta cidade de cerca de 75 mil habitantes é conhecida por suas refinarias de petróleo e está no meio da trajetória prevista para o furacão.
O NHC informou que "uma inundação muito perigosa" era esperada ao norte da costa do Golfo do México, com inundações de até três metros.
O furacão já passou pela península mexicana de Yucatán sem causar grandes danos e sem vítimas relatadas.
Homem é visto caminhando em meio às chuvas provocadas pelo furacão Delta em Lake Charles, na Louisiana, na sexta-feira (9)
ReutersAdrees Latif
Impactado golfo
Muitos na costa da Louisiana ainda se recuperam do furacão Laura, que chegou no final de agosto com uma categoria 4 na escala de cinco níveis Saffir-Simpson.
O governador da Louisiana, John Bel Edwards, pediu aos residentes que fossem extremamente cautelosos com o Delta e anunciou que 2.400 membros da Guarda Nacional foram mobilizados para ajudar.
O Delta deve impactar "a área do nosso estado que está menos preparada", disse Edwards, na noite de quinta-feira.
"Por favor, concluam os preparativos agora. Nós vamos superar isso", disse ele aos residentes.
Na cidade de Lake Charles, onde destroços de madeira e árvores derrubadas pelo furacão Laura ainda estão nas ruas, Shannon Fuselier perfura placas de madeira nas janelas da casa de um amigo para protegê-las.
Muitas casas no bairro estão cobertas por lonas devido aos danos causados por furacões anteriores.
Fuselier diz que vai ficar em casa, porque não acha que Delta seja poderoso o suficiente para ter que fugir. O governador Edwards avisou, porém, que o Delta pode fazer voar como mísseis os destroços de tempestades anteriores.
Na quinta-feira (7), o tráfego estava congestionado em ambas as direções da Lake Charles, devido à multidão saindo da cidade.
Terry Lebine já havia partido para a cidade de Alexandria, cerca de 100 km ao norte, devido ao furacão anterior e se prepara para fugir mais uma vez.
"É exaustivo", disse à AFP. "Tenho minha mãe de 81 anos em um estado de saúde que não é dos melhores. Mal voltamos para casa depois de Laura e temos que partir novamente por causa do Delta. Ficamos duas, ou três, semanas em casa", conta.
O Delta é a 26ª tempestade de uma temporada de furacões no Atlântico incomumente ativa. Em setembro, os meteorologistas ficaram sem nomes para designá-los e tiveram de usar letras do alfabeto grego.
À medida que a temperatura das águas oceânicas aumenta, devido à mudança climática, os furacões se tornam mais fortes. De acordo com os cientistas, o número de tempestades de categoria 4 e 5, as mais perigosas, provavelmente aumentará.
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