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Premiê polonês alerta sobre risco 'maciço' de Covid em protestos contra restrição do aborto


Em meio ao avanço da 2ª onda do vírus na Europa, país registra recorde de 16,3 mil casos nesta terça. Político usa infecções para tentar acabar com manifestações. O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, pediu nesta terça-feira (27) o fim dos protestos em massa contra a restrição do aborto e afirmou que os participantes estavam desconsiderando os "riscos maciços" da pandemia do novo coronavírus.

Em meio ao avanço da segunda onda do vírus na Europa, o país registrou um recorde de 16,3 mil casos nesta terça-feira (27). Mas não é possível fazer uma relação entre a alta no número de infectados e os protestos, que começaram há cinco dias.

Vários países europeus têm registrado recordes diários de novos casos, como Alemanha, França e Espanha. A França confirmou mais de 52 mil infectados no domingo (25) e bateu o recorde diário de casos pelo quarto dia consecutivo. Dados da OMS apontam que o mundo bateu nove vezes recordes diários de infectados em outubro.

A Polônia tem atualmente 4.483 mortes causadas pelo vírus e mais de 263 mil casos confirmados, segundo balanço da Universidade Johns Hopkins. Um possível aumento no número de infecções devido aos protestos devem refletir nas estatísticas oficiais daqui a algumas semanas.

Protestos na Polônia

A declaração do premiê ocorre em meio a protestos contra uma decisão da Corte Constitucional do país, que na quinta-feira (22) restringiu o direito ao aborto de mulheres com fetos que apresentem problemas congênitos.

Manifestantes protestam na segunda-feira (26) em Cracóvia contra decisão da Corte Constitucional da Polônia que restringiu o aborto no país

Jakub Porzycki/Agencja Gazeta via Reuters

A decisão que revoltou quem já considerava as leis antiaborto da Polônia como uma das mais duras da Europa. No domingo, houve confrontos entre manifestantes, policiais e grupos contra o aborto.

Os manifestantes invadiram igrejas católicas durante a celebração das missas em algumas cidades e, na capital Varsóvia, um grupo de nacionalistas e conservadores formou um cordão nas escadas de acesso à Igreja da Santa Cruz.

Ativistas se vestem como personagens da série 'The Handmaid's Tale' para protestar contra lei antiaborto na Polônia durante missa em Lodz neste domingo (25)

Marcin Stepien/Agencja Gazeta via Reuters

Aborto na Polônia

Assim que a decisão da Corte Constitucional entrar em vigor, a interrupção da gravidez será legal na Polônia em caso de incesto, estupro ou ameaça à saúde da mãe. Até então, a lei previa também o direito em caso de anomalia do feto.

A Polônia tem mais de 90% da população católica e é um dos países mais religiosos da Europa. O governo é comandado pelo PiS, partido nacionalista de viés conservador que recebe críticas de setores mais liberais da União Europeia.

O país registrou 1.110 abortos legais em 2019, a maioria por causa de fetos com má-formação — possibilidade que foi considerada inconstitucional.

Morawiecki afirmou que seu governo conservador vai garantir que mães e seus filhos nascidos com problemas de saúde serão cuidados. "Vamos ajudar as crianças a se desenvolverem normalmente no ventre de suas mães e a viverem uma vida normal".

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