Republicanos barram certificação de resultado das eleições na região de Detroit, nos EUA

Por Rogerio Magno em 17/11/2020 às 23:47:08
Suspensão é temporária, mas pode atrasar a atribuição dos 16 delegados de Michigan no Colégio Eleitoral. Joe Biden venceu no estado por uma margem de 2,7 pontos percentuais. Contagem de votos da eleição presidencial dos EUA no TCF Center, em Detroit, Michigan

Reuters/Rebecca Cook

Fiscais republicanos conseguiram nesta terça-feira (17) barrar a certificação dos resultados do condado de Wayne, em Michigan, da eleição presidencial dos Estados Unidos com base em uma alegação sobre "discrepância no número de votos". Wayne abriga a cidade de Detroit, a maior do estado. Mesmo se o impasse persistir, a vitória do democrata ainda não estará ameaçada (leia mais no fim da reportagem).

A manobra poderá atrasar a atribuição dos 16 votos de Michigan no Colégio Eleitoral e dá uma vitória — uma das poucas, até agora — na batalha judicial que Trump enfrenta para tentar reverter a derrocada nas eleições presidenciais. De acordo com projeções, o democrata Joe Biden venceu no estado com uma margem de 2,7 pontos percentuais sobre Donald Trump.

O republicano não admite que perdeu para Biden, mesmo com conselhos de correligionários de partido e com relatórios do próprio governo que indicaram que a eleição foi "a mais segura da história".

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O impasse ocorreu porque os resultados eleitorais de Wayne precisam ser confirmados por um júri composto por dois representantes de cada partido. Os dois democratas confirmaram a vitória de Biden na região, mas os republicanos se negaram a aprovar, gerando um empate.

Segundo o jornal "Detroit Free Press", a republicana Monica Palmer disse que há discrepâncias entre o número de cédulas enviadas e o número de votos contados. "Acredito que não temos informações completas e precisas sobre o registro de seções", disse.

Discussão entre apoiadores de Biden e Trump, em Detroit, Michigan, nesta quinta-feira (5)

David Goldman/AP

O democrata Jonathan Kinloch, porém, reiterou que as discrepâncias não são relevantes o suficiente para alegações de fraude ou mesmo para mudar o resultado das eleições. "A maioria é erro humano, não baseada em fraude", afirmou.

Além disso, os representantes do Partido Democrata alegam que, em agosto, os quatro integrantes do júri certificaram normalmente o resultado das primárias que apontaram as mesmas discrepâncias.

Se o impasse se mantiver, os fiscais dos dois partidos que representam todo o estado de Michigan deverão decidir a situação. Porém, não está claro o que ocorreria em seguida se houver um novo empate.

De acordo com a emissora americana CNN, a secretária de Estado de Michigan, a democrata Jocelyn Benson, anunciou que poderá exercer a autoridade que tem sobre o Escritório de Eleições estadual.

"Em circunstâncias anteriores semelhantes, os auditores deram ao Escritório a tarefa de auditar os votos e os totais de votantes", disse.

Virada seria insuficiente para Trump

Presidente Donald Trump em sua primeira aparição oficial no cemitério de Arlington, na Virgínia, nesta quarta (11)

Carlos Barria/Reuters

O resultado no condado de Wayne, onde fica Detroit, é essencial para o estado porque Joe Biden obteve lá uma vantagem superior a 320 mil votos. Considerando todo o Michigan, a vantagem do democrata é menor, de pouco mais de 146 mil votos.

Ou seja, se os números estaduais forem certificados sem os dados de Wayne, Trump conquistaria os 16 votos no Colégio Eleitoral — que ainda assim seriam insuficientes para reverter o resultado projetado: Biden tem ao menos 290 delegados segundo projeção da AP, 20 a mais do que os 270 necessários para a eleição. Ainda falta a recontagem da Geórgia, que deve dar vitória a Joe Biden e assegurar outros 16 delegados.

Michigan foi um dos estados que recebeu protestos por parte de republicanos que queriam reverter o resultado em favor de Trump. No entanto, ele obteve derrotas significativas na justiça e não conseguiu provar as acusações de fraude eleitoral, até o momento.

Nesta terça-feira, o presidente demitiu o chefe do departamento do próprio governo americano que atestou que as eleições de novembro foram "as mais seguras da história".

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Fonte: G1

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