“Fiquei três dias sem dormir com medo de não acordar mais. O medo de não sair de lá e a saudade dos meus filhos era demais. Eu chorava todos os dias.”.
27 kg a menos e sem andar
Rogério foi para casa em setembro com 27 kg a menos, queda de cabelo e a pele escurecida pelos remédios que tomou. Teve perda de memória recente e lesões nos nervos periféricos das duas pernas, que impossibilitariam qualquer movimento por seis meses, segundo a previsão médica.
Durante a primeira quinzena em casa, tentava levantar da cama e dar alguns passos, apesar das dores e da falta de ar. Logo conseguiu caminhar pela casa, contrariando as expectativas.
“Pedi que levassem embora a cadeira de rodas, o andador e a cadeira de banho, tudo que me lembrasse da minha condição, pois eu tinha que superar o que estava passando. A partir daí, me arrastava pela casa, me apoiava em tudo.”
Benefício negado do INSS e prêmio da Mega
Durante o coma, a família realizou um pedido de auxílio por internação médica ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas foi negado. A justificativa do órgão, segundo Rogério, foi que ele estaria apto a trabalhar, mesmo com o atestado de coma expedido pelo hospital.
Após novas tentativas, recebeu, até o momento, apenas uma parcela do valor a que teria direito. O G1 questionou o INSS, que disse estar analisando o caso para que os valores devidos sejam pagos corretamente. Alegou que a documentação enviada em agosto não estava de acordo com o necessário e que a perícia de Rogério está agendada para 31 de março.
“Na avaliação presencial, a perícia médica vai verificar a data de início da incapacidade, podendo definir o pagamento retroativo do auxílio.”, informou o órgão.
Em dezembro, a família recorreu a uma vaquinha online para ajudar nas despesas com o tratamento. Não imaginavam que também teriam sorte com um bolão da Mega-Sena da Virada. O grupo no qual Rogério estava acertou cinco dezenas, e cada um recebeu o valor líquido de R$ 7.325,26.
O ano de 2021 ainda tem desafios. A capacidade pulmonar foi reestabelecida, ele recuperou 13 kg e ainda aprimora os passos, sob os olhos de fisioterapeutas. Atualmente, Rogério já consegue pular, correr e fazer exercícios de força. Um recomeço após a Covid-19.
“Sou um cara alegre, estou voltando a sorrir. É uma batalha diária e minha superação está acontecendo. Tudo isso me fez dar valor às pequenas coisas da vida.”
G1
Fonte: Blog do BG