São Luís é a primeira capital a vacinar jovens por idade no Brasil

Por Rogerio Magno em 12/06/2021 às 15:28:18

Braide explica que, com esforço conjunto, a capital se preparou para esse momento de avanço no recebimento e aplicação de vacinas com a criação de novos centros de vacinação e projetos como o Filômetro, aplicativo que facilita o acesso a informações em tempo real sobre a situação dos pontos de vacinação e permite a escolha do local ideal, reduzindo filas e acelerando a vacinação.

“São Luís se preparou para esse momento, criamos centros de vacinação sem comprometer o atendimento das nossas unidades da saúde, recebemos doses extras de vacina do Ministério da Saúde para o enfrentamento da variante da Índia, temos o Filômetro, que nos ajuda a organizar a vacinação diariamente, e o mais importante, uma equipe incansável no combate à pandemia”, comemora o prefeito.


Ruínas da Igreja São Matias, na histórica cidade de Alcântara (MA). / Reprodução

Alcântara 100%

Há pouco mais de 18km de São Luís, o município histórico de Alcântara que abriga predominantemente comunidades quilombolas, pode ser o primeiro município brasileiro a atingir 100% de vacinação em primeira dose.

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A informação foi divulgada na manhã pela jornalista Mônica Bergamo na manhã desta sexta-feira (11), em matéria compartilhada pelo governador Flávio Dino, em rede social, sob a justificativa de que o município recebeu milhares de doses de vacina destinadas à população quilombola, considerada prioritário para o PNI.


O avanço não alcança Imperatriz, que anuncia vacinação para pessoas a partir de 54 anos. / Reprodução

Imperatriz

Nem tudo é festa no estado. Com esse conjunto de fatores, a disparidade é avaliada não apenas em relação às capitais brasileiras, mas também dentro do próprio estado, onde outras cidades ainda vacinam o público acima de 55 anos, como é o caso de Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, há 636km de São Luís.

Aos 35 anos, a engenheira de alimentos Iara Silveira, que convive com os pais idosos, hoje vacinados com a primeira dose, já contraiu a doença e reclama da demora no avanço da vacinação por idade no município, em comparação com a capital.

“Fiquei doente em fevereiro, mas graças a Deus não transmiti para ninguém, mas vi que no grupo dos idosos demorou muito para iniciar a vacinação, e tem alguns grupos prioritários que não estão se vacinando. Os mais velhos com 58, 59 anos... demorou muito para liberar a vacinação e eu não sei o que está acontecendo, porque não chega vacina e fico ansiosa esperando a minha. Quando vou vacinar se nem as pessoas com 58 anos terminaram de vacinar ainda?”, reclama.

O último anuncio de chamada por idade, sem comorbidades, da Prefeitura Municipal de Imperatriz, contempla pessoas de 54 a 59 anos. O executivo segue anunciando esforços para a conclusão de pessoas com comorbidades, deficiência permanente e beneficiários do BPC ativo, incluídas no grupo prioritário, a exemplo da realização do chamado “Dia D” da vacinação, que aconteceu dia 2 de junho.

Consultada sobre a demora no avanço da vacinação por idade, bem como sobre esforços para projetos de vacinação em massa em parceria com o Governo do Estado, a Prefeitura Municipal de Imperatriz não se manifestou até o momento da publicação da reportagem. Segundo a assessoria de comunicação, em razão de reuniões do setor desde a manhã.

Precisa vacinar

A vacinação em massa é uma recomendação unânime entre os estudiosos desde o início da pandemia, apesar da falta de interesse do governo federal em adquirir as doses, que ignorou as ofertas da vacina Pfizer por 81 vezes, segundo investigação da CPI da Covid.

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O infectologista e professor do Departamento de Saúde da Universidade do Maranhão (UFMA), Antônio Augusto Moura reforça a sua importância e alerta para a importância de alcançar os 70% de vacinados com a segunda dose.

“A vacinação em massa é uma recomendação para o combate à pandemia e não temos dúvida disso. Esperamos que uma vez alcançados os 70% de vacinados com a segunda dose, a gente consiga o que a gente chama de imunidade de grupo e o controle da pandemia.

Em relação ao avanço da vacinação por idade na capital, o infectologista explica que os benefícios serão sentidos apenas na região da grande ilha, e alerta que apesar da rapidez nos últimos dias, ainda é preciso avançar muito para garantir segurança.

“Os benefícios serão sentidos basicamente aqui na capital, porque o fenômeno da imunidade de grupo só vai acontecer nos locais onde a vacinação atingir uma cobertura de 70%, e isso, mesmo aqui na capital, ainda vai demorar acontecer, precisamos avançar muito para chegar a esse número”, conclui.

Fonte: Brasil de Fato

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