Michael e Peter Taylor, pai e filho, foram extraditados dos EUA ao Japão para serem julgados em um tribunal de Tóquio. Brasileiro Carlos Ghosn fugiu do país para o Líbano em 2019. Imagem de 30 de dezembro de 2019 mostra Michael L. Taylor (centro) e George-Antoine Zayek no controle de passaportes do Aeroporto de Istambul, na Turquia. Os americanos Michael Taylor e seu filho Peter Taylor são julgados em Tóquio nesta segunda-feira, 14 de junho de 2021, sob suspeita de ter ajudado o brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, a fugir do Japão para o Líbano em dezembro de 2019.
DHA via AP
Os americanos Michael e Peter Taylor, pai e filho, admitiram nesta segunda-feira (14) pela primeira vez em um tribunal de Tóquio que esconderam o brasileiro Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault-Nissan, em uma caixa de equipamento de som para ajudá-lo a fugir do Japão para o Líbano.
Michael e seu filho Peter Taylor admitiram no início do julgamento as acusações apresentadas pela promotoria japonesa. Ao lado de George-Antoine Zayek, um libanês que segue foragido, os Taylor são acusados de orquestrar a fuga.
Os dois podem ser condenados a até três anos de prisão caso sejam condenados. Pai e filho foram detidos pela Justiça americana em maio de 2020, com base em uma ordem de prisão japonesa, e extraditados dos Estados Unidos para o Japão em março deste ano.
Michael, de 60 anos, e Peter, de 28, chegaram a recorrer até à Suprema Corte dos EUA para evitar a extradição, alegando que poderiam enfrentar condições similares à tortura. Michael é um veterano do exército americano e ex-membro das forças especiais.
Carlos Ghosn
Carlos Ghosn tem nacionalidade brasileira, libanesa e francesa e havia sido detido em 2018 em Tóquio por acusações de irregularidades financeiras.
O brasileiro estava em liberdade condicional e aguardava o julgamento quando conseguiu escapar das autoridades japonesas e embarcar em um avião privado para o Líbano, que não tem tratado de extradição com o Japão, dentro de uma caixa de instrumento musical.
O ex-executivo da Nissan e da Renault nega as acusações e alega perseguição da Justiça japonesa. Ele segue no Líbano desde a fuga, em dezembro de 2019, e na semana passada foi interrogado por investigadores franceses por uma série de acusações de irregularidades financeiras.
Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, durante entrevista coletiva em 29 de setembro de 2020
Hussein Malla/AP
US$ 1,3 milhão para a fuga
O televisão japonesa NHK diz que Peter recebeu US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 6,6 milhões) de Ghosn para ajudar na fuga.
Segundo o jornal Asahi Shimbun, pai e filho afirmaram que gastaram a maior parte do dinheiro nos preparativos da fuga, incluindo o custo do avião fretado, e não receberam pagamento pela ajuda.
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