Forças rebeldes tomam a capital do estado de Tigray, na Etiópia

Desde novembro do ano passado há um conflito entre forças do governo da Etiópia e rebeldes ligados ao partido que dominava o estado de Tigray. Uma escola no estado de Tigray, na Etiópia, foi transformado em centro de ajuda humanitária

Baz Ratner/Reuters

O partido que controlava a região de Tigray, na Etiópia, afirmou nesta segunda-feira (28) que tomou de novo a capital do estado, Mekelle. Os moradores afirmaram que viram soldados com uniformes das tropas regionais na cidade pela primeira vez desde novembro do ano passado.

"A capital de Tigray, Mekelle, está sob nosso controle", disse Getachew Reda, porta-voz da Frente de Libertação do Povo de Tigray.

O governo da Etiópia não se pronunciou ainda.

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Apesar de os moradores não terem presenciado confrontos no centro da cidade de Mekelle, há uma escalada de conflitos armados entre o governo da Etiópia e a Frente de Libertação do Povo de Tigray.

Na semana passada, os moradores afirmaram que as forças da Frente de Libertação ocuparam diversas cidades no norte de Mekelle (pelo menos em um caso, eles bateram em retirada depois de poucas horas).

Na semana passada, um ataque aéreo matou 60 pessoas na cidade de Togoga, perto de Mekelle. O porta-voz das Forças Militares da Etiópia, o coronel Getnet Adane, afirmou que apenas militantes morreram.

Prêmio Nobel da Paz antes da guerra

O avanço dos rebeldes na região de Tigray representa uma derrota para o primeiro-ministro Abiy Ahmed —no ano passado, quando ele enviou tropas ao estado, Ahmed chegou a dizer que a questão estaria resolvida em semanas.

Ahmed foi o vencedor do Nobel da Paz em 2019, pouco tempo depois de ter chegado indiretamente ao poder no país.

Quando os soldados da Etiópia invadiram a região de Tigray, em 2020, as forças do governo foram acusadas de diversos crimes, como limpeza étnica e usar a fome como instrumento de guerra.

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