Ex-funcionário da Tesla ganha processo milionário por racismo

Por Rogerio Magno em 09/08/2021 às 05:42:10

Melvin Berry, um ex-funcionário da Tesla, recebeu mais de US$ 1 milhão de indenização após ter denunciado seu supervisor por racismo. A justiça julgou procedente as queixas de Berry, que alegou que seu supervisor direto havia usado uma palavra em inglês que é considerada extremamente ofensiva contra a comunidade negra americana, além de outros episódios de assédio moral.

A decisão do tribunal foi tomada no começo de 2021 em um processo que correu em segredo de justiça, porém, o portal de notícias Bloomberg obteve acesso à íntegra do processo. A decisão em favor de Berry é algo raro na justiça americana, onde cláusulas de arbitragem nos contratos de trabalho dificultam que os trabalhadores tomem medidas judiciais contra seus empregadores.

Na decisão, é destacada uma cultura de trabalho bastante tóxica dentro da Tesla, com funcionários acusando superiores de racismo, calúnia, assédio moral e discurso de ódio contra minorias. Em entrevista à Bloomberg, Berry disse que espera que o mundo saiba que a Tesla trata seus funcionários de uma forma negativa.

Cultura tóxica

Linha de Produção de uma Fábrica da Tesla
Juíza acusou a Tesla de alimentar uma cultura corporativa bastante tóxica em seus escritórios. Crédito: Tesla/Divulgação

A árbitra que julgou o processo, Elaine Rushing, decidiu que a evidência de que Berry foi assediado e havia sofrido racismo era clara. Por conta das supostas ofensas sofridas, o ex-funcionário da Tesla teria desenvolvido um quadro depressivo e experimentado episódios de ansiedade e síndrome do pânico.

Segundo o advogado trabalhista Cliff Palefsky, que não estava envolvido no processo, indenizações por racismo no trabalho não são comuns na justiça dos Estados Unidos. Palefsky também se mostrou especialmente preocupado com a cultura organizacional da Tesla e com o tom usado pela empresa em sua defesa no processo movido por Melvin Berry.

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A Tesla, por sua vez, negou todas as acusações e apontou que já deu diversas declarações em que condenou o assédio e a discriminação em todas as suas formas. Já no tribunal, a montadora argumentou que Berry tinha interesse em crescer financeiramente com o processo, já que possuía menos de US$ 150 quando deixou a empresa.

Com informações do Futurism

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Fonte: Olhar Digital

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