CoronaVac reduz chance de morte por Covid-19 em 74% e AstraZeneca em 90%

Por Rogerio Magno em 29/08/2021 às 17:14:48

Um estudo publicado na plataforma medRxiv, feito por pesquisadores de universidades brasileiras, mostrou que pessoas vacinadas com a CoronaVac, com o esquema vacinal completo, têm 74% menos chance de morte em decorrência da Covid-19. Já quem toma o imunizante da AstraZeneca reduz em 90% o risco de falecer por causa do coronavírus.

A pesquisa usou dados de 60 milhões de brasileiros vacinados entre 18 de janeiro e 30 de junho, avaliando a efetividade das duas vacinas em casos graves da doença, hospitalizações, admissão em UTIs e mortes. O levantamento, destacaram os pesquisadores, é o primeiro nacional que verifica a efetividade da vacina.

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Eles ainda ressaltaram a importância do grande número de pessoas analisadas pela pesquisa. Os dados do estudo brasileiro são diferentes da eficácia vacinal, que mostra resultados em ambientes de condições controladas e ideais.

Em todas as faixas etárias de quem recebeu as duas doses de CoronaVac, 54,2% apresentaram risco menor de infecção pelo novo coronavírus, 72,6% menos risco de hospitalização, 74,2% menos risco de admissão na UTI, e 74% menos risco de morte.

Com apenas uma dose da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, o risco de infecção caiu pela metade. Já o risco de hospitalização ficou em 26,5%, o risco de admissão em UTI ficou em 28,1% e 29,4% menos risco de morte.

Já os dados da AstraZeneca, com a imunização completa, em duas doses, apresentou 70% menos risco de infecção, 86,8% menos risco de internação, 88,1% menos risco de admissão na UTI e 90,2% menos risco de morte. Para quem está com apenas uma dose, o risco de infecção é 32,7% menor, risco de hospitalização caiu pela metade, 53,6% menos risco de admissão em UTI e 49,3% menos risco de morte.

Coronavac no Instituto Butantan
A vacina CoronaVac, contra Covid-19, foi desenvolvida pelo Instituto Butatan. Imagem: Rafael Serathiuk/Shutterstock

Os pesquisadores que realizaram o estudo integram as universidades federais da Bahia e de Ouro Preto, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e London School of Hygiene & Tropical Medicine e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa ainda está em processo de revisão.

Avaliação por idade

O primeiro estudo brasileiro que verifica a efetividade das vacinas mostrou eficácia semelhante das duas vacinas em todas as faixas etárias. A única exceção é a de pessoas com mais de 90 anos. Para pessoas com 60 anos a mais com as duas doses, a CoronaVac representa uma redução no risco de hospitalização ficou em 84,2%, admissão em UTI em 80,8% e 76,5% menos risco de morte pela Covid-19.

Entre aqueles com 90 anos ou mais, a eficácia é um pouco menor, com redução no risco de hospitalização de 32,7%, admissão em UTI de 37,2% e redução no risco de morte pelo coronavírus em 35,4%.

Quando o imunizante foi o da AstraZeneca em duas doses para pessoas maiores de 60 anos, a redução no risco de hospitalização chegou a 94,2%, admissão em UTI a 95,5% e o risco de morte ficou 93,3% menor. Os percentuais daqueles maiores 90 anos ficou em 54,9%, 39,7% e 70,5%, respectivamente.

Vacina da Oxford/AstraZeneca
No primeiro semestre, a vacina da AstraZeneca foi aplicada em 38,6 milhões de brasileiros. Imagem: Ascannio/Shutterstock

A conclusão dos cientistas é que os idosos acima dos 90 anos podem se beneficiar de uma terceira dose de reforço. Eles destacaram, porém, que ainda é preciso uma comprovação científica da tese. O Ministério da Saúde informou que vai aplicar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 em “todos os indivíduos imunossuprimidos após 28 dias da segunda dose e para as pessoas acima de 70 anos vacinados há 6 meses” na segunda quinzena de setembro.

No primeiro semestre deste ano, foram vacinadas 21,9 milhões (36,2%) de pessoas com a CoronaVac e 38,6 milhões (63,8%) com a AstraZeneca, totalizando 60,5 milhões de vacinados. Do total, 44%, ou 26,8 milhões de pessoas, tinham 60 anos ou mais.

Para realizar o estudo, os pesquisadores confrontaram dados dos vacinados com dados hospitalares nacionais, obtidos no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe). O sistema é usado como fonte de análises epidemiológicas.

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Fonte: Olhar Digital

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