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Toca pra Direita

Pistoleiros ameaçam famílias agricultoras do MST no interior de Tocantins


Famílias que vivem e trabalham no Acampamento Dom Celso (Porto Nacional - TO) receberam novas ameaças de jagunços neste domingo (17). Após uma ataque a tiros que ocorreu na sexta-feira (15), os pistoleiros voltaram a rondar a região de carro, com intimidações aos trabalhadores e trabalhadoras.

Há dois dias, homens armados passaram pelo acampamento em uma caminhonete atirando contra pessoas que estavam no local. Ninguém ficou ferido. Segundo relatos, uma proprietária de terras, que se auto intitula dona da área, esteve presente. O lote ocupado, no entanto, é área pública pertencente ao Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra).

De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), os ataques não são isolados. Quem vive na região é alvo de intimidações rotineiras e até mesmo ameaças de morte. Os agricultores e agricultoras relatam que a fazendeira já tentou construir uma cerca na área e contratou pessoas para desmatar o local.

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Ministério Público

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Polícia Civil do município receberam pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que seja garantida a segurança das famílias acampadas. As ameaças foram registradas na Central de Flagrantes de Porto Nacional (TO) como tentativa de homicídio.

Vestígios de balas de arma de fogo foram encontrados no local após os disparos. De acordo com o MST, as autoridade alertadas não colocaram em prática nenhum tipo de ação de proteção a quem vive na região.

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“É muita insegurança. Já registramos dois boletins de ocorrência, foi comunicado ao próprio secretário de segurança pública, mas até o momento a Polícia Militar não veio ao local, não veio perícia no local até agora", afirma a acampada Zélia Baiana em entrevista ao Brasil de Fato.


Famílias se reúnem em atividade com crianças no acampamento; elas estão no local desde 2015 / ©Zélia Baiana

O Acampamento Dom Celso existe desde 2015, quando 90 famílias passaram a produzir alimentos em lotes desocupados e reivindicar o assentamento. Em 2018 houve uma ação de despejo, mas uma parte do grupo ocupou um lote vizinho e voltou a plantar.

Em nota, o MST relatou que "durante o processo de reintegração de posse, o Incra se comprometeu a assentar as famílias na área desocupada, mas nada foi feito".

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O Brasil de Fato procurou a superintendência do Incra no Tocantins, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

Brasil de Fato

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