Passageiros que filmaram e não impediram estupro em metrô nos EUA não devem ser acusados

Por Rogerio Magno em 20/10/2021 às 17:14:17
Pessoas que usaram celulares para gravar o crime em vez de pedir ajuda poderiam responder criminalmente pela omissão, mas gabinete de procurador diz que "não há expectativa de que sejam feitas acusações". Caso aconteceu na Filadélfia e chocou autoridades. Chrystale Hooper, da Autoridade de Transporte do Sudeste da Pensilvânia (SEPTA), demonstra a jornalistas as caixas de emergência em trens e como fazer para contatar a polícia através delas, durante entrevista coletiva na Filadélfia, na segunda-feira (18)

Tom Gralish/The Philadelphia Inquirer via AP

Os passageiros que testemunharam, mas não ajudaram a vítima de um estupro dentro um vagão do metrô em Filadélfia, no dia 13 de outubro (leia mais abaixo), dificilmente serão responsabilizados criminalmente por sua omissão.

Eles poderiam ser acusados, segundo Timothy Bernhardt, superintendente do Departamento de Polícia de Upper Darby, caso tenham realmente filmado o ato. Segundo relatos, muitos estavam apontando seus celulares para o criminoso – e ninguém usou seu telefone para chamar por socorro.

Apenas quando um funcionário da companhia que opera os trens entrou no vagão – mais de 45 minutos após o início do ataque – ele acionou a polícia e o agressor foi detido. A vítima foi encaminhada a um hospital.

Estupro em metrô na Filadélfia seria evitado se passageiros tivessem usado celular para pedir ajuda em vez de gravar, diz polícia

“Estou chocado com aqueles que não fizeram nada para ajudar esta mulher”, disse Bernhardt ao “New York Times”. Ele explicou, porém, que a decisão sobre acusar formalmente as testemunhas omissas cabe ao gabinete do procurador distrital do condado de Delaware, ao final da investigação.

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Mas o próprio superintendente reconhece que seria “muito difícil” conseguir as acusações. Questionado pela BBC, o gabinete do procurador respondeu, através de um porta-voz, que “no momento, não há expectativa de que sejam feitas acusações contra quaisquer passageiros”.

Entre os motivos estariam o fato de que, em diversos estados nos EUA, testemunhas não são obrigadas por lei a intervir.

Ninguém interveio

A gerente geral da Autoridade de Transporte do Sudeste da Pensilvânia (SEPTA), Leslie Richards, durante entrevista coletiva, na Filadélfia, na segunda-feira (18)

Tom Gralish/The Philadelphia Inquirer via AP

O estupro aconteceu pouco depois das 21 horas do dia 13 de outubro em um trem operado pela Autoridade de Transporte do Sudeste da Pensilvânia (Septa), que opera transporte público dentro e nos arredores da Filadélfia.

"Havia outras pessoas no trem que testemunharam esse ato horrível, e ele poderia ter sido interrompido mais cedo se um passageiro ligasse para o 911", disse o porta-voz do SEPTA, John Golden, em um comunicado enviado por e-mail à agência Reuters.

O vídeo de vigilância do vagão mostrou que a mulher tentou repelir seu agressor, empurrando-o repetidamente enquanto ele inicialmente a apalpava e, por fim, a agredia sexualmente.

Durante o incidente de mais de 45 minutos, outros passageiros apontaram seus telefones celulares para o agressor, mas ninguém interveio.

O agressor é Fiston Ngoy, de 35 anos, que enfrenta acusações de estupro, desvio involuntário de relações sexuais, agressão sexual e outros crimes. Ngoy, que listou seu endereço mais recente como um abrigo para sem-teto na Filadélfia, foi detido sob fiança de US$ 18 mil (cerca de R$ 100 mil) e tem uma audiência agendada para 25 de outubro, informou a mídia local.

Ngoy afirma que o encontro foi consensual, mas a mulher nega.

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Fonte: G1

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