Europa vive 'cessar-fogo' com a Covid-19 que pode levar a 'paz duradoura', diz diretor da OMS

Por Rogerio Magno em 03/02/2022 às 14:40:05
Hans Kluge concedeu uma entrevista coletiva e comentou sobre a situação sanitária de todo o continente. Para ele, a vacinação e a baixa letalidade da ômicron são os principais pontos para o 'cessar -fogo' Europa vive 'trégua' na covid-19 que pode levar ao fim da pandemia, diz diretor da OMS

O diretor para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (3) que a situação sanitária do continente aponta para um "cessar-fogo" na pandemia que pode levar a uma "paz duradoura".

Hans Kluge concedeu uma entrevista em que disse que a alta taxa de vacinação e uma estabilização das mortes pela variante ômicron indicam que a Europa poderá entrar em breve "num longo período de tranquilidade".

"Este contexto, que até agora não vivemos nesta pandemia, abre a possibilidade de um longo período de tranquilidade", disse o diretor da Organização para a Europa, Hans Kluge. "Uma 'trégua' que poderia trazer uma paz por um longo período", completou.

Diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, durante entrevista à Reuters em dezembro de 2021

Johanna Geron/REUTERS

A organização argumenta que, graças ao alto número de pessoas vacinadas e ao fim do inverno, a região pode se defender contra qualquer ressurgimento do vírus melhor do que em 2020.

Há "uma oportunidade única de assumir o controle da transmissão", disse Kluge. "Este período de maior proteção deve ser visto como um 'cessar-fogo' que pode nos trazer uma paz duradoura", completou.

Entretanto, ele ressalta que a situação só vai durar se a imunidade for preservada, ou seja, se as campanhas de vacinação continuarem e o aparecimento de novas variantes for monitorado. O diretor da OMS pediu aos governos que continuem protegendo a população mais vulnerável, principalmente.

A região Europa da OMS inclui 53 países, alguns deles localizados na Ásia Central. Em todos eles, as infecções dispararam devido à variante ômicron.

Na semana passada, a região registrou quase 12 milhões de novos casos, segundo dados da OMS, o número mais alto desde o início da pandemia, há dois anos.

Diminuição de restrições

Cafés, bares e restaurantes reabrem com menos restrições na Dinamarca

RITZAU SCANPIX/REUTERS

Apesar dos milhões de infectados, vários países como Dinamarca, Noruega, Suécia e França reduziram suas restrições.

Decisões que a OMS considera adequadas, como comentou Kluge nesta quinta-feira.

"Penso que é possível responder às novas variantes, que inevitavelmente surgirão, sem repor o tipo de medidas de que precisávamos antes", insistiu o responsável.

Na terça-feira, a Dinamarca se tornou o primeiro país europeu a suspender quase todas as restrições sanitárias e voltar "à vida como antes".

Apesar de ter a maior taxa de infecção por 100 mil habitantes na Europa (5.476), o governo considera que 80% da população está protegida contra formas graves da doença graças à vacinação ou por ter tido a doença.

A Noruega também flexibilizou as regras de saúde na terça-feira, com o primeiro-ministro Jonas Gahr Store declarando que a sociedade tinha que "viver com" o vírus.

A Suécia, país vizinho, fará o mesmo a partir de 9 de fevereiro. O governo defende que com a variante ômicron, a pandemia entrou numa "nova fase" que não se traduz num aumento de internações.

A Finlândia seguirá os mesmos passos em 14 de fevereiro, retirando boa parte das restrições, embora as autoridades continuem recomendando o uso de máscara.

"Este é o caminho para sair da pandemia" diz pôster colocado em vias públicas pelo governo inglês

HANNAH MCKAY/REUTERS

Na Inglaterra, o uso da máscara deixou de ser obrigatório no final de janeiro em locais fechados e o certificado de saúde não é mais necessário para entrar em boates ou estádios esportivos.

Na França também já não é obrigatório o uso de máscara na rua desde esta terça-feira (1), mas o país mantém o passe de vacinação para locais de lazer e cultura.

Desigualdade

A pandemia de covid-19 deixou mais de 5,5 milhões de mortos desde que o escritório da OMS na China informou o aparecimento da doença em dezembro de 2019, segundo balanço estabelecido pela AFP a partir de fontes oficiais nesta quinta-feira.

Dose de imunizante sendo colhida de frasco

Kai Pfaffenbach/REUTERS

O Brasil é, depois dos Estados Unidos, o país que mais registrou mortes em números absolutos desde janeiro de 2020, com 628.960 óbitos. Em relação ao número de mortes por 100.000 habitantes, o Peru lidera a lista, com 625.

Na quarta-feira, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destacou que um em cada quatro habitantes das Américas não recebeu uma única dose de vacinação anticovid.

Cerca de 63% dos habitantes da América Latina e do Caribe foram vacinados contra a covid-19, mas a região continua sendo a mais desigual do mundo em termos de acesso a vacinas, disse a diretora da OPAS, Carissa Etienne.

Nos países de baixa e média renda "mais de 54% das pessoas ainda não receberam uma única dose".

Fonte: G1

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