Perto de completar 10 anos de operação em Marte, o rover Curiosity capturou lindas imagens da atmosfera marciana: nuvens à deriva que passavam sobre seu local de exploração no Monte Sharp (Aeolis Mons). O registro tem como objetivo medir a velocidade dessas nuvens.
De acordo com o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, isso não foi nada fácil. Isso porque as câmeras do Curiosity não foram projetadas para olhar para o céu, e sim para fazer imagens de rochas no solo de Marte e características da paisagem em sua jornada para buscar antigos sinais de habitabilidade.
“As nuvens marcianas são muito fracas na atmosfera, por isso são necessárias técnicas especiais de imagem para vê-las”, explicou a equipe do JPL responsável pelo Curiosity em um post no blog da missão. “Várias imagens são tiradas para obter um fundo claro e estático. Isso permite que qualquer outra coisa que se mova dentro da imagem – como nuvens ou sombras – se torne visível depois de subtrair esse fundo estático de cada imagem individual”.
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Segundo o post, as nuvens (e suas sombras na superfície) foram capturadas em dois filmes de oito quadros em 12 de dezembro do ano passado, durante o 3.325º dia marciano, ou sol, da missão. Lembrando que os dias no Planeta Vermelho são ligeiramente mais longos do que o ciclo de 24 horas na Terra.
“O rover usou sua câmera de navegação duas vezes para examinar as nuvens sob duas perspectivas diferentes”, diz o artigo do JPL. Duas visões permitem que os cientistas calculem a velocidade e a altura das nuvens, que por sua vez fornece pistas sobre sua composição.
“Essas nuvens são muito altas, quase 80 km acima da superfície. É extremamente frio nessa altura, o que sugere que essas nuvens são compostas de gelo de dióxido de carbono em oposição às nuvens de gelo de água, que normalmente são encontradas em altitudes mais baixas”, afirmou a nota.
A velocidade com que as nuvens estavam se movendo não foi revelada, mas as velocidades típicas do vento perto da superfície de Marte são de aproximadamente 4,5 mph a 22 mph (7 km/h a 35 km/h), o que pode ser rápido o suficiente para fornecer energia eólica no nosso vizinho.
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Fonte: Olhar Digital