A medida para congelar a certificação do gasoduto é uma punição pela Rússia ter reconhecido dois territórios da Ucrânia como repúblicas independentes e a autorização para a entrada de tropas. Missão de Paz alegada pela Rússia não segue princípios da ONU
O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou nesta terça-feira (22) a suspensão da autorização para o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha, depois que o governo russo reconheceu a independência de duas repúblicas separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia, Donetsk e Luhansk.
"Parece técnico, mas é um passo administrativo necessário e, então, pode não existir certificação do gasoduto e, sem certificação, o Nord Stream 2 não pode começar a operar", afirmou Sholz.
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"Não podemos aceitar o reconhecimento (das regiões pró-Rússia) e por isto é tão importante reagir agora e rápido", disse.
Olaf Scholz em discurso durante a conferência de segurança de Munique
ANDREAS GEBERT/Reuters
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Gasoduto não está em operação
O Nord Stream 2, concluído em novembro mas não entrou em operação, é um projeto que provocou dúvidas econômicas e geopolíticas desde o início.
O início da operação dependia de uma certificação da agência reguladora alemã de energia, que estava analisando possíveis problemas com a legislação alemã e europeia.
Agora, o governo alemão decidiu dar um passo à frente com a suspensão, o que é uma consequência dos últimos eventos na fronteira entre Rússia e Ucrânia.
O Nord Stream 2 mede 1.230 quilômetros. Ele passa sob o Mar Báltico e tem capacidade de 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano. Segue o mesmo percurso que o Nord Stream 1, que funciona desde 2012.
O gasoduto evita o território ucraniano e aumentaria o abastecimento de gás russo à Europa, no momento em que a produção própria registra queda.
O chanceler alemão advertiu que poderá haver outras sanções em caso de agravamento da situação na fronteira ucraniana. Também disse que confia na aprovação de medidas punitivas fortes contra a Rússia por parte da União Europeia.
Apesar das declarações, Scholz pediu mais oportunidades à diplomacia para evitar uma catástrofe. "É o objetivo de todos os nossos esforços diplomáticos", disse.
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