A colheita da safra 2021/2022 do melão deve durar até a primeira quinzena do mês de março. Segundo o Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex), o estado deve produzir cerca de 330 mil toneladas de melão, a mesma quantidade da safra anterior.
"Levando em consideração os lockdowns nos países que importam nossa fruta, a retração do consumo de frutas, do melão, nesse momento, então a gente considera que essa área plantada poderia até ter sido menor para não sobre ofertar o mercado consumidor", comentou Fábio Queiroga, presidente do Coex.
O faturamento da safra deve chegar aos 250 milhões de dólares, um aumento de 15% com relação ao período anterior. Mas o preço dos insumos, como os fertilizantes e o plástico, e as incertezas causadas pela pandemia da covid-19, fizeram o custo de produção crescer mais da metade.
Apesar dos desafios, a fazenda responsável por mais de 90% do melão exportado do RN vai conseguir entregar todos os pedidos. Inglaterra, Holanda e Oriente Médio são os principais compradores.
"Consideramos um fato positivo porque conseguimos atender todos os pedidos feitos pelos clientes. O receio que a gente tinha era que por 2021 não ter chovido na região, choveu 300 milímetros e a gente teve o receio de não fazer o mesmo trabalho por motivos de pragas e doenças, mas conseguimos controlar tudo que foi possível", explica Valmir Lins, gerente operacional da empresa.
Na fazenda, mesmo com o fim da safra, a colheita do melão vai seguir o ano inteiro, isso porque os compradores europeus decidiram continuar comprando o melão do Rio Grande do Norte no período da entressafra.
"Eles deram preferência à fruta da gente. Na América Central eles já estão produzindo, começam em janeiro, mas, como durante a safra a fruta da gente foi de muita qualidade, eles estão querendo que a gente continue produzindo para fechar os pedidos deles", contou Valmir.
Houve um incremento de 60 mil toneladas da fruta destinadas à Holanda e Inglaterra. Bom para o encarregado de colheita, Givanildo Gomes. Ele já recebeu a notícia que vai continuar trabalhando na fazenda no período da entressafra.
"Achei ótimo. Vou ficar mais um tempo empregado também e ajuda o apoio da empresa nesse momento", comemorou.
As negociações para a próxima safra já começaram. "As primeiras tratativas estão sendo feitas neste instante com a cadeia de importação do mercado europeu, como também as companhias marítimas, sempre observando o mercado para fazer os ajustes necessários", afirma o presidente do Coex.