Medicamento aproveita "vício em ferro" para tratar tumores

Por Rogerio Magno em 12/03/2022 às 05:03:43

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco, estão trabalhando em um novo medicamento, já aprovado pelo FDA, para interromper o crescimento de tumores. Os cientistas estão se aproveitando do “vício em ferro” dos tumores para poder destruí-los.

A nova abordagem deve ser utilizada para interromper o crescimento de tumores impulsionados por mutações no gene RAS. Esses tipos de câncer são conhecidos por serem extremamente difíceis de tratar, e respondem por cerca de uma em cada quatro mortes em decorrência da doença.

“As mutações RAS, por si só, causam mais miséria do que todos os outros cânceres combinados e tiram muitas vidas em todo o mundo”, declarou o autor sênior do estudo, Eric Collisson. “Este estudo nos aproxima muito de abordar a necessidade não atendida de um melhor tratamento desses cânceres”.

Genes RAS permitem que as células cresçam e se dividam de forma descontrolada, o que resulta no desenvolvimento de câncer. Crédito: Giovanni Cancemi-Shutterstock

Crescimento descontrolado das células

O gene RAS desempenha um papel no bloqueio de caminhos nas células que as levam a crescer e se dividir. Mutações nesse gene, em geral, levam a um crescimento descontrolado das células, o que acaba resultando no desenvolvimento do câncer.

Os pesquisadores descobriram que muitos tumores que são impulsionados pela forma KRAS de mutações RAS possuem concentrações elevadas de ferro ferroso. Essa forma específica do elemento é altamente reativa, algo que está correlacionado com tempos de sobrevivência mais curtos.

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Aproveitando essa característica dos tumores, os pesquisadores sintetizaram uma nova versão do Cobimetinibe, um medicamento usado para tratar esse tipo de câncer, com um pequeno sensor molecular de ferro ferroso. Este sensor desliga o medicamento até encontrar o ferro ferroso nas células cancerígenas.

Os pesquisadores confirmaram que o novo medicamento preveniu efeitos adversos nos tecidos saudáveis, que é o principal problema do uso do Cobimetinibe. Isso permitiu que o novo medicamento pudesse ser utilizado em conjunto com outras drogas anticancerígenas para fornecer tratamentos melhores.

Via: Medical Xpress

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Fonte: Olhar Digital

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