NO RN: Partidos tradicionais tentam recuperar espaços no poder

Por Rogerio Magno em 27/03/2022 às 10:27:00

Partidos com tradição política no Rio Grande do Norte – PSDB e MDB e PL ocupam, atualmente, poucos espaços no topo da cadeia do poder político, mas podem chegar à campanha eleitoral, após a homologação de candidaturas a partir de agosto, com estruturas partidárias capazes de influenciar nos resultados das eleições majoritárias no Estado em 2022.

Os presidentes dos diretórios estaduais do MDB e do PSDB, respectivamente, deputado estadual Walter Alves e deputado federal Ezequiel Ferreira, já formalizaram acordo político (domingo, 20), para que as legendas voltem a ser protagonistas na campanha para governador e senador da República, alicerçados no apoio de pelo menos 70 prefeitos dos 167 municípios potiguares, inclusive o prefeito tucano de Natal, Álvaro Dias. Na eleição passada, o MDB elegeu 39 e o PSDB, 31.

Nas eleições municipais de 2020, os prefeitos desses partidos receberam mais de 636 mil votos dos eleitores – PSDB (399.658) e MDB (237.131). O Partido Liberal (PL) que já tem o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento) como pré-candidato declarado ao Senado Federal, aparece em terceiro lugar com 20 prefeitos, que foram votados por 152.976 eleitores no pleito de 2020, segundo dados da Justiça Eleitoral.

Os três partidos também elegeram 730 vereadores no pleito de quase um ano e meio atrás ou 44% das 1.654 cadeiras em disputa nas 167 Câmaras Municipais: MDB (310), PSDB (247) e PL (173).

À exceção do deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), que preside a Assembleia Legislativa, outros cargos de maior importância política, principalmente no Executivo, estão nas mãos de partidos de esquerda, a começar do Partido dos Trabalhadores (PT), com a governadora Fátima Bezerra, que tem como vice-governador Antenor Roberto de Medeiros, filiado ao PC do B.

Entre os 24 deputados estaduais, o contrapeso do poder político pende para o PSDB, que contava com cinco deputados – o próprio Ezequiel Ferreira, Gustavo Carvalho, José Dias, Raimundo Fernandes e Tomba Farias, mas já passou a sete, com as filiações dos deputados Albert Dickson (ex-Pros) e Ubaldo Fernandes (ex-PL), mas existe a expectativa de outras filiações até o dia 1º de abril, que é quando se expira o prazo para a migração partidária para quem almeja disputar as eleições proporcionais em outubro, como são os casos dos deputados Getúlio Rego e Galeno Torquato, que estão de saída do DEM (União Brasil) e PSD, respectivamente.

O PL que tinha três deputados na Assembleia, reduziu a zero a sua bancada em virtude da "janela partidária" para a troca de partidos, com a saída do deputado George Soares e, possivelmente do, deputado Kleber Rodrigues, que também pode ingressar no PSDB, embora ainda conte com a força política do presidente da Executiva Estadual, o deputado federal João Maia, e que já recebeu a filiação do deputado federal General Girão (ex-PSL).

A segunda maior bancada da Assembleia deve permanecer com o partido Solidariedade, com os deputados Kelps Lima, pré-candidato a deputado federal e Cristiane Dantas e Subtenente Elíabe, que disputaram a reeleição. Com três deputados, o PSD ficará com dois deputados – Jacó Jácome e Vivaldo Costa.

A articulação das chapas proporcionais entre os partidos, também pode levar a mudanças no MDB, que tem dois deputados – Dr. Bernardo e Nelter Queiroz, também cogitados para ingressos no PSDB, que passaria a contar, praticamente, com quase a metade das cadeiras da Assembleia Legislativa.

Outros partidos que poderão perder deputados são o PSB, que tem na bancada os deputados Hermano Morais e Souza Neto, que já anunciou não ser candidato à reeleição, e o PSC, do deputado Coronel Azevedo. Partido da governadora Fátima Bezerra, o PT tem dois deputados, Isolda Dantas e Francisco.

No âmbito da bancada federal além do General Girão, devem mudar de partido a deputada federal Carla Dickson (PROS), que pode ir para o União Brasil e Benes Leocádio, que perdeu a presidência do diretório estadual do Republicanos. Permanecem em seus partidos os deputados Beto Rosado (PP), Rafael Motta (PSB), Walter Alves (MDB), , João Maia (PL) e a deputada federal Natália Bonavides (PT).

Legendas tentam atrair jovens eleitores

Mesmo com a retração no número de eleitores filiados a partidos políticos no Rio Grande do Norte, que caiu de 270.287 em dezembro de 2018, ano das últimas eleições gerais, para 265.544 em fevereiro de 2022, segundo estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o MDB e PSDB estão entre os três partidos com maior número de novos filiados no Estado, com 36.171 e 21.644 eleitores, ao lado do DEM, com 23.080.

A aproximação da campanha eleitoral deste ano vem estimulando os partidos a atrair os jovens eleitores para a política, como o próprio MDB, que através da Fundação Ulysses Guimarães vem oferecendo cursos de capacitação como o projeto "Conexão Juventude", que já passou por Lagoa Nova, na região do Seridó e Pedro Avelino, no Sertão Central e está chegando a Apodi, na região Oeste.

De acordo com o presidente estadual do MDB, deputado federal Walter Alves, o projeto deve percorrer todas as regiões do Rio Grande do Norte: "É uma ótima ferramenta para levar conhecimento e oportunidades para os jovens".

Para conhecer o Conexão Juventude e, possivelmente, aplicar em outros estados, a diretora nacional de formação política da FUG, Elisiane Silva, estará em Apodi.

Segundo o idealizador do evento, George Lall, o Conexão Potiguar deve ampliar a oferta de cursos. "Estamos estudando essa possibilidade e, em breve, teremos mais novidades", explica.

Com 14.068 filiações partidárias, o PSB é a sexta legenda com maior número de filiados. O próprio deputado federal Rafael Motta, relatou no Congresso Estadual que o reconduziu à presidência do partido, que foi subestimado em 2018, quando "falavam que era candidato a deputado federal de um mandato só" e se despediria da Câmara dos Deputados e não tinha mais o apoio do pai, que tinha sido presidente da Assembleia.

"Quando eu pensei em entrar na vida pública, a palavra subestimação era a primeira palavra que me vinha das pessoas. Assim como as pessoas duvidam da capacidade dos jovens, duvidaram muito da minha capacidade", destacava Motta.

Vereador de primeiro mandato em Mossoró e pré-candidato a deputado federal, Pablo Aires (PSB), 28 anos, destacou "a dificuldade que é para um jovem atuar na política, sem apoio político, sem padrinhos, sem recursos, a juventude é sempre subestimada", tendo relatado a circunstância de ter vindo da zona rural.

Fonte: Tribuna do Norte

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