Prefeito de Nova York fez da segurança pública a sua principal bandeira

Por Rogerio Magno em 13/04/2022 às 12:15:52
Eric Adams reeditou controversa unidade anticrime e se vê diante do desafio de reduzir violência urbana na cidade abalada por ataque no metrô. O prefeito de Nova York, Eric Adams, em 26 de outubro de 2021

Eduardo Munoz

Ex-capitão da polícia, Eric Adams fez da segurança pública a principal bandeira de sua campanha e dos primeiros 100 dias de governo no comando da cidade de Nova York, que reviveu nesta terça-feira uma manhã traumática depois que um atirador abriu fogo numa estação do metrô no Brooklyn.

A mensagem de lei e ordem se encaixa na maior preocupação relatada pelos nova-iorquinos em pesquisas de opinião e consome grande parte da energia de Adams. Ele visita delegacias, aparece em locais de crimes e diz ter se cansado de ver Nova York ser “motivo de chacota” pelo aumento das estatísticas.

O prefeito ressuscitou a controversa unidade anticrime, dissolvida em 2020 por seu histórico de uso excessivo de força, que ele agora renomeou como equipes de segurança de bairro. Na nova versão, os policiais têm uniformes especiais e câmeras acopladas ao corpo que podem ser acionadas a cada contato com um morador. Desta forma, o prefeito espera dissociar o esquadrão de seu passado violento.

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Desde o início do mês, a nova unidade opera em 30 distritos que respondem por 80% dos crimes registrados com armas de fogo. Especialistas em violência armada se dividem quanto à eficácia e a agilidade das políticas de Adams para reverter os índices de criminalidade.

Os níveis de violência na cidade estão mais altos em relação ao período pré-pandemia. Pelo menos 360 pessoas foram baleadas em 322 incidentes com armas desde que Adams assumiu, em janeiro – a 8% a mais do que no ano passado. Em dois anos, os tiroteios aumentaram 72,2% e as vítimas, 70,4%. No mês de março, metade deles concentrou-se em 10 bairros do Bronx, Brooklyn e Queens.

Imagens mostram passageiros no chão do vagão do metrô, em Nova York

Aos 61 anos, o democrata Adams se define como um general de guerra e não de paz. Tornou-se policial para combater a discriminação racial que enfrentou como jovem infrator. Segundo prefeito negro de Nova York, estreou no cargo com uma ligação para o 911 relatando uma briga de rua.

No início interpretou como desafio o combate à percepção de medo dos usuários no metrô. Suas declarações pegaram mal e ele mudou o tom, admitindo também compartilhar com a ansiedade dos nova-iorquinos quando trafega pelo metrô. Essa realidade insegura foi traduzida na manhã de terça-feira em tiros, dezenas de feridos e uma caçada desenfreada ao atirador.

Fonte: G1

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