Monitor da ViolĂȘncia: RN Ă© estado do Nordeste com maior redução de assassinatos

Estado registrou 519 mortes violentas no primeiro semestre de 2022, contra 635 no mesmo perĂ­odo do ano passado.

Por Rogerio Magno em 25/08/2022 às 14:45:43

O Rio Grande do Norte foi o estado do Nordeste que registrou a maior redução no número de mortes violentes no primeiro semestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Monitor da ViolĂȘncia, do g1, divulgados nesta quinta-feira (25).

A queda de mortes no estado foi de 18% - resultado da diferença entre os 635 casos que ocorreram entre janeiro e junho de 2021 e os 519 que ocorreram nos seis primeiros meses de 2022.

Foram contabilizadas no número as vítimas dos seguintes crimes:

  • homicídios dolosos (incluindo os feminicídios)
  • latrocínios (roubos seguidos de morte)
  • lesões corporais seguidas de morte

Em todo o país, o percentual de redução de mortes do RN só não foi maior que em Roraima (-34%) e no Distrito Federal (-21%). O Brasil teve 20,1 mil assassinatos nos primeiros seis meses deste ano, o que representa uma queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.

No Nordeste, em média, a queda foi superior a 5%, porém trĂȘs estados da região tiveram alta nas mortes, na contramão da queda regional e nacional. Foram Alagoas (6%), Pernambuco (10%) e Piauí (7%).

O levantamento, que compila os dados mĂȘs a mĂȘs, faz parte do Monitor da ViolĂȘncia, uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da ViolĂȘncia da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Veja os estados com a maiores quedas:

  • Roraima: -34%
  • Distrito Federal: -21%
  • Rio Grande do Norte: -18%
  • AmapĂĄ: -17%
  • Maranhão: -17%
  • Espírito Santo: - 16,5%
  • Rio de Janeiro: -16%
  • Acre: -15%
  • GoiĂĄs: -14%
  • Bahia: -10%

Causas

Segundo Bruno Paes Manso, do NEV-USP, é difícil apontar hipóteses sobre as causas da variação dos indicadores de violĂȘncia, mas é possível identificar algumas tendĂȘncias. Ele afirma que existem diversos motivos por trĂĄs das ações dos homicidas.

  • "HĂĄ os assassinos ocasionais, que matam numa discussão de bar ou numa briga de trânsito, por exemplo. Muitas vezes, ficam cegos de ódio e só percebem depois que mataram e jogaram a própria vida fora por um motivo idiota."
  • "HĂĄ também os casos de feminicídios, vinculados a homens misóginos e machistas, que se sentem donos de suas mulheres e as assassinam porque se sentem ameaçados. Casos como esses são mais provĂĄveis quando o agressor tem uma arma na mão."
  • "Existem, porém, um outro tipo de homicídio, com motivações diferentes, que costumam ser mais relevantes nas variações de curto prazo das curvas de violĂȘncia. São os casos ligados a disputas no mercado criminal."

O pesquisador afirma que, desde então, o cenĂĄrio de criminalidade brasileiro estĂĄ ano a ano menos violento - o que não significa que o crime parou ou diminuiu.

"Esse novo modelo criminal tem se revelado menos conflituoso e mais profissional, o que aumenta seus lucros e reduz seus custos. A fotografia que vemos, portanto, parece ser a de um novo perfil do mercado criminal, formado por grupos menos impulsivos e mais estratégicos, que ganham mais dinheiro por serem menos violentos", diz Paes Manso.




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