O Rio Grande do Norte foi o estado do Nordeste que registrou a maior redução no número de mortes violentes no primeiro semestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Monitor da ViolĂȘncia, do g1, divulgados nesta quinta-feira (25).
A queda de mortes no estado foi de 18% - resultado da diferença entre os 635 casos que ocorreram entre janeiro e junho de 2021 e os 519 que ocorreram nos seis primeiros meses de 2022.
Foram contabilizadas no número as vítimas dos seguintes crimes:
Em todo o país, o percentual de redução de mortes do RN só não foi maior que em Roraima (-34%) e no Distrito Federal (-21%). O Brasil teve 20,1 mil assassinatos nos primeiros seis meses deste ano, o que representa uma queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
No Nordeste, em média, a queda foi superior a 5%, porém trĂȘs estados da região tiveram alta nas mortes, na contramão da queda regional e nacional. Foram Alagoas (6%), Pernambuco (10%) e Piauí (7%).
O levantamento, que compila os dados mĂȘs a mĂȘs, faz parte do Monitor da ViolĂȘncia, uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da ViolĂȘncia da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo Bruno Paes Manso, do NEV-USP, é difícil apontar hipóteses sobre as causas da variação dos indicadores de violĂȘncia, mas é possível identificar algumas tendĂȘncias. Ele afirma que existem diversos motivos por trĂĄs das ações dos homicidas.
O pesquisador afirma que, desde então, o cenĂĄrio de criminalidade brasileiro estĂĄ ano a ano menos violento - o que não significa que o crime parou ou diminuiu.
"Esse novo modelo criminal tem se revelado menos conflituoso e mais profissional, o que aumenta seus lucros e reduz seus custos. A fotografia que vemos, portanto, parece ser a de um novo perfil do mercado criminal, formado por grupos menos impulsivos e mais estratégicos, que ganham mais dinheiro por serem menos violentos", diz Paes Manso.