Especialista explica queda populacional do RN na prévia do Censo 2022: 'ritmo de crescimento era superestimado'

Ricardo Ojima, da UFRN, diz que Censo 2022 serve para correção das estimativas feitas desde 2010, que não consideraram redução da velocidade com que a população cresce.

Por Rogerio Magno em 06/01/2023 às 19:31:34
População de Natal diminuiu desde 2010, segundo o IBGE - Foto: Secom/Natal

População de Natal diminuiu desde 2010, segundo o IBGE �- Foto: Secom/Natal

A prévia do Censo do IBGE em 2022 apontou que as estimativas populacionais do Rio Grande do Norte realizadas ao longo da última década estavam erradas: a população cresceu menos que o vinha sendo calculado ano a ano desde 2010.

Os dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no dia 28 de dezembro mostraram que estado tem uma população cerca de 7% menor do que a anunciada em 2021.

Esperavam-se 3.560.903 habitantes, em 2021, mas o Instituto apontou que o estado potiguar deve fechar o levantamento com 3.303.953 habitantes.

Os dados mostram um crescimento real de 135.926 pessoas desde o último Censo, realizado em 2010, enquanto o número esperado era três vezes maior.

No entanto, as estimativas não perceberam a redução ainda maior da velocidade de crescimento da população, nos últimos anos.

A estimativa do IBGE era de que, entre 2010 e 2021, a população do RN cresceria na ordem de 1,07% ao ano, o que daria 12,4% no acumulado, mas em 2022 os dados mostraram que, na verdade, esse crescimento foi menor, num ritmo de 0,35% ao ano, chegando a um acúmulo de 4,29% na variação da população.

A leitura não deve ser a de que a população diminuiu entre 2021 e 2022. A verdade é que o censo permitiu que o IBGE revisasse os dados e a estimativa ficou mais precisa. Assim, confirma a tendência de redução do crescimento populacional e mostra que as estimativas que fazia antes dos dados preliminares do censo 2022 estavam superestimando o ritmo de crescimento da população.

De acordo com Ojima, o principal motivo para essas diferenças está na metodologia usada pelo IBGE. "Desde 2011 até 2021, anos em que não tivemos censos, a forma de o IBGE calcular e divulgar o tamanho da população nos municípios e estados é baseando-se em técnicas demográficas e estatísticas baseadas nas informações do passado para estimar a população daquele ano. Ou seja, só sabemos com certeza qual é o tamanho da população no ano em que o IBGE faz o censo. Nos outros anos, eles se baseiam nos dados e informações dos censos anteriores para calcular a população dos municípios nos anos em que não é feito o censo", diz.

Para evitar esse tipo de inconsistência, Ojima defende que seja feita uma contagem entre um censo e outro. "Era para ter sido feita em 2015/2016 uma espécie de censo reduzido, mais rápido e barato. Isso teria ajudado para que a diferença entre a estimativa de 2021 não ficasse tão diferente do que foi observado no censo de 2022. Assim, já ajuda para cobrar a necessidade de se fazer uma contagem em 2025/2026, pois o censo de 2022 pode ter problemas nos municípios onde a coleta está atrasada e talvez não consiga cobrir toda a população", explica.

Fonte: g1.RN

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