Mujica diz que deve deixar Senado uruguaio em breve: 'A política me encanta, mas a vida me encanta mais'

Por Rogerio Magno em 28/09/2020 às 14:39:05
Não é a primeira vez que Mujica deixa o cargo de senador. Ele já fez isso em 2018, mas voltou ao Senado do Uruguai ao se eleger em 2019. O ex-presidente uruguaio José 'Pepe' Mujica em imagem de 2019

Pablo Porciuncula Brune / AFP

Ao sair da votação das eleições regionais no Uruguai no domingo (27), o ex-presidente e senador do país José Mujica disse a jornalistas que deverá deixar o cargo no legislativo em outubro.

Ele afirma que tem uma doença imunológica, e é difícil continuar a exercer atividade pública dessa forma.

Mujica disse que o cargo o obriga a ter relações sociais, e que ele precisa se cuidar. "Não posso ir de um lado para outro por causa da pandemia, isso seria algo ruim para um senador", afirmou ele.

Ele disse que não queria deixar o cargo: "A política me encanta e não gostaria de ir, mas a vida me encanta mais".

Reincidente

Essa não é a primeira vez que Mujica faz um anúncio como esse. Em entrevista ao jornal argentino "La Nación", no começo deste mês, ele afirmou que deixaria o cargo, mas não iria parar de fazer política. O repórter então o lembrou que ele já havia dito isso em outras três ocasiões. "Eu vou para casa, mas não saio da política", respondeu ele.

Em 2018, ele já era senador e abandonou o cargo para ficar em casa. Durou pouco mais de um ano: nas eleições do ano passado, ele voltou a ser eleito para o Senado, cargo que exerce até hoje.

Conhecido como "o presidente mais pobre do mundo", Mujica nunca deixou de aparecer em eventos oficiais.

Primeiras eleições latino-americanas pós pandemia

Os uruguaios fizeram neste domingo (27) a primeira eleição na América do Sul em meio à pandemia de Covid-19. Cerca de 2,6 milhões de pessoas foram às urnas para eleger governadores de 19 departamentos do país, além de prefeitos, vereadores e membros dos 19 conselhos legislativos locais.

Eleições no Uruguai: votação é a primeira na região desde o início da pandemia

As eleições estavam marcadas para maio, mas tiveram que ser adiadas por conta da pandemia.

A coligação do governo atual, de centro-direita, venceu em 15 dos 19 departamentos em disputa. Desses, três eram governados pela Frente Ampla, de esquerda.

As regiões mais populosas do país, no entanto, continuarão a serem governadas pela esquerda.

Fonte: G1

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