A PolĂcia Federal cumpriu, na manhã desta quinta-feira, dois mandados de prisão contra Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, que é ex-assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como major Ronald, apontado como ex-chefe da milĂcia da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Os dois foram acusados de envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Robson foi preso pela PolĂcia Federal do Rio, enquanto Ronald jĂĄ cumpria pena num presĂdio federal. Os mandados foram pedidos pela Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR).
Num documento protocolado pela PGR no Supremo Tribunal Federal (STF) que denuncia os trĂȘs suspeitos presos desde o fim de março por supostamente mandar matar Marielle Franco — os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o ex-chefe da PolĂcia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa — foram incluĂdos os nomes de Robson e Major Ronald.
Depois de um mĂȘs e meio de anĂĄlise e aprofundamento da investigação da PolĂcia Federal, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e Anderson Gomes.
No documento entregue no fim da tarde de terça-feira ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, a PGR denuncia os irmãos Brazão como mandantes do homicĂdio e por integrar uma organização criminosa. JĂĄ o delegado da PolĂcia Civil foi denunciado como mandante também do homicĂdio.
O major Ronald foi preso em 2019 na operação Os IntocĂĄveis por suspeita de participação nas mortes de Marielle Franco e de Anderson Gomes. Ele foi condenado por participar do caso que ficou conhecido como Chacina da Via Show.
Em 6 de dezembro de 2003, quatro jovens foram brutalmente assassinados na saĂda de uma festa. Renan Medina Paulino, de 13 anos, Rafael Medina Paulino, de 18, Bruno Muniz Paulino, de 20, e Geraldo Sant"Anna, de 21, teriam se envolvido numa confusão na casa noturna e acabaram sendo sequestrados por PMs que faziam a segurança do local.
Em 14 de março de 2018, de acordo com a PF, Ronnie Lessa afirma que, por volta do meio-dia, recebeu uma ligação de Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, que dizia que recebera uma chamada de major Ronald. Ainda conforme a PolĂcia Federal, Macalé indicou a Lessa que Ronald lhe passara a informação de que na noite daquele dia haveria um evento na Casa das Pretas, na Lapa, região central do Rio, e que Marielle Franco estaria presente. A vereadora foi morta após deixar o local.
De acordo com a PF, todo o contexto dĂĄ a ideia de que o major Ronald teria sido um dos responsĂĄveis pelo levantamento de informações da rotina de Marielle para seus assassinos. A ligação dele com a morte da vereadora foi revelada pelo miliciano Orlando Curicica à PolĂcia Federal em 2019.
Fonte: Novo Noticias