Após vídeo, ministros do STF veem digital de 1º escalão do governo em atos antidemocráticos

Ministros do governo que geralmente fazem a ponte com o Supremo temem que a relação com a corte seja inviabilizada de vez. Após a análise do vídeo ministerial, [...]

Por Rogério Magno em 25/05/2020 às 12:27:57
Ministros do governo que geralmente fazem a ponte com o Supremo temem que a relação com a corte seja inviabilizada de vez. Após a análise do vídeo ministerial, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam, nos bastidores, que ficou "claro" que as manifestações antidemocráticas nas ruas têm, no comando, ministros do primeiro escalão do governo Bolsonaro.

Ao blog, integrantes da corte lembram que há um inquérito aberto no STF, a pedido de Augusto Aras, para apurar manifestações contra o funcionamento das instituições.

Na visão de uma fonte do STF ouvida pelo blog, se fossem manifestações espontâneas, "não teriam reverberação na boca do ministro da Educação, nem no tom da nota do ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional".

Os ataques ao STF pelo ministro Abraham Weintraub agravam a relação já ruim do Planalto com a corte. Ministros do governo que geralmente fazem a ponte com o STF temem que a relação seja inviabilizada de vez e acreditam que qualquer retomada será adiada, já que o ministro Dias Toffoli, presidente da corte, está afastado da presidência esta semana por questões de saúde.

Toffoli é, ainda, o único elo do Planalto com o STF.

Já a cúpula do governo enxerga "exageros" dos ministros Celso de Mello e Alexandre de Moraes em decisões judiciais que atingem o governo. No caso dos ministros, incomodou ao governo a decisão de liberar o vídeo quase na íntegra e a liminar que barrou Alexandre Ramagem de assumir a direção da Polícia Federal.

Ministros da chamada ala militar do Planalto justificam com esses exemplos a nota de Heleno na sexta-feira (22), de que uma eventual apreensão do celular do presidente Bolsonaro terá consequências imprevisíveis.

A PGR, como o blog publicou sábado, vai decidir sobre o tema nesta semana. Além disso, vai analisar possíveis crimes de autoridades no vídeo e decidir se encaminha o inquérito para o final - ou seja, para ouvir Jair Bolsonaro.

Fonte: G1

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