G1
A preconização é apontada como medida de precaução contra as novas variantes do vírus da Covid-19, muito mais contagiosas, e que começam a circular no país. Fim do bate-papo nos transportes coletivos? Essa é uma das preconizações da Academia de Medicina da França para tentar conter as novas variantes da Covid-19Reuters/Benoit Tessier A Academia Nacional de Medicina da França recomendou que, mesmo usando máscaras de proteção, a população evite falar, inclusive ao telefone, quando estiver nos transportes coletivos. A preconização é apontada como medida de precaução contra as novas variantes do vírus da Covid-19, muito mais contagiosas, e que começam a circular no país.O uso de máscaras de proteção já é obrigatório na França em todos os espaços públicos, inclusive nos transportes coletivos. No entanto, o ministro da Saúde, Olivier Véran, chamou a atenção esta semana para o risco das máscaras de tecido artesanais, que não seriam eficazes. O governo recomendou o uso de máscaras cirúrgicas ou em tecido, mas industrializadas, o que suscitou críticas de alguns médicos.Segundo a Academia francesa de Medicina, “não há provas científicas” que confirmem a ineficácia das máscaras caseiras e elas funcionam “quando são bem colocadas”. A instituição também contestou a preconização do governo de aumentar de 1 para 2 metros a distância entre duas pessoas. “Essa proposta se defende na teoria, mas não é aplicável na prática”, retrucou a Academia em seu comunicado.A única medida de prevenção eficaz, afirma a entidade, seria usar a máscara o tempo todo. E, no caso dos transportes coletivos, quando a distância física não pode ser respeitada – o que acontece frequentemente nos ônibus, trens e metrôs –, deve-se adotar “uma precaução muito simples: evitar falar ou telefonar”, conclui o comunicado divulgado pela Academia na sexta-feira (22).O risco do aerossolA medida parte do princípio que, ao falar, nós emitimos partículas em aerossol que podem contaminar as pessoas em volta. “Isso acontece principalmente quando falamos alto”, explica o clínico geral Jerôme Marty, entrevistado pela RFI. “E como o metrô é barulhento, temos tendência a falar mais alto para sermos ouvidos”, explica. Mas as máscaras podem conter o efeito de eventual difusão do vírus pelas partículas emitidas em aerossol, pondera o médico. Porém, é frequente ver pessoas que abaixam suas máscaras quando falam ao telefone, inclusive dentro de ônibus e metrôs lotados. Para Marty, a preconização da Academia teria sido mais eficaz que tivesse explicado que “diante do risco que representam as novas variantes, que são muito mais contagiosas, as máscaras devem ser usadas corretamente, e não deixando o nariz ou a boca aparente. O moral dos franceses já está em baixa com tudo o que vivemos. Agora ainda vão querer que eles se calem?”, contesta o médico.Vídeos: Novidades sobre vacinas contra a Covid-19