Anvisa pede a Bolsonaro que sancione Medida Provisória das Vacinas

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, pediu hoje (10) ao presidente Jair Bolsonaro a...

Por Rogério Magno em 10/03/2021 às 14:59:33

O presidente da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa), Antônio Barra Torres, pediu hoje (10) ao presidente Jair Bolsonaro a sanção dos dispositivos que tratam do trabalho da Anvisa na Medida Provisória (MP) 1.026/21, a MP das Vacinas. O texto foi aprovado no Congresso na semana passada e aguarda sanção presidencial.

Após reunião no PalĂĄcio do Planalto, Barra Torres explicou que o texto preserva a capacidade analĂ­tica da Anvisa e fixa prazo de sete dias Ășteis (nove corridos) para anĂĄlise de pedidos de vacinas para uso emergencial. Além disso, esse prazo pode ser estendido em caso de dĂșvidas ou de necessidade de documentação complementar.

"Com a MP 1.026 fica preservada a capacidade da agĂȘncia de ver os documentos, estudar os documentos referentes ao desenvolvimento vacinal e emitir o seu juĂ­zo de valor. É pra isso que a agĂȘncia existe. A gente pode se lembrar que na emenda à MP que jĂĄ foi vetada [MP 1.003/20] essa possibilidade não existia, havia apenas um resultado obrigatório", explicou.

O Artigo 5Âș da MP 1.003/2020 dava um prazo de cinco dias para autorização de uso emergencial de vacinas contra a covid-19, desde que tivessem sido aprovadas por autoridades sanitĂĄrias estrangeiras. A Anvisa pediu, então, o veto a esse dispositivo, pois entendeu que a medida tirava as competĂȘncias da agĂȘncia.

De acordo com Barra Torres, a Anvisa levou nove dias para analisar o pedido de uso emergencial das vacinas CoronaVac - produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacĂȘutica chinesa Sinovac -, e AstraZeneca (ou Covishield) - produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a universidade inglesa de Oxford e a farmacĂȘutica AstraZeneca. "É um prazo que consideramos razoĂĄvel", disse.

AgĂȘncia internacionais

A MP da Vacinas também retoma a previsão de que a Anvisa conceda autorização para a importação e o uso de vacinas aprovadas por laboratórios internacionais. A novidade é que poderão ser aceitos resultados provisórios de um ou mais estudos clĂ­nicos além dos estudos de Fase 3 (teste em larga escala).

O texto aumenta o nĂșmero de autoridades sanitĂĄrias estrangeiras que servem como base para autorização temporĂĄria de vacinas, medida também vetada na MP 1.003/20. Além das agĂȘncias dos Estados Unidos, da União Europeia, do Japão, da China, do Reino Unido, do CanadĂĄ, da Coreia do Sul, da RĂșssia e da Argentina, o parecer do relator inclui as agĂȘncias da AustrĂĄlia e da Índia e demais autoridades sanitĂĄrias estrangeiras reconhecidas e certificadas pela Organização Mundial de SaĂșde (OMS).

O prazo para a Anvisa decidir sobre a aprovação temporĂĄria pode chegar a 30 dias se não houver relatório técnico de avaliação da agĂȘncia internacional. Segundo Barra Torres, isso só deve acontecer caso haja algum problema.

"Caso alguma coisa indesejĂĄvel tenha acontecido, mas não vamos trabalhar dessa maneira. Vamos trabalhar com prazo de nove dias corridos e esperamos que não haja problemas nenhum e esses 30 dias não precisarem ser evocados. EstĂĄ preservada a capacidade analĂ­tica tanto para concordar quanto para rechaçar", disse.

AnĂĄlises em andamento

Além da CoronaVac e AstraZeneca, aprovadas para uso emergencial, a Anvisa aprovou o registro definitivo da vacina Cominarty, desenvolvida pela farmacĂȘutica norte-americana Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNtech.

De acordo com Barra Torres, o processo para registro definitivo da vacina AstraZeneca "se aproxima fortemente do seu final". É um processo que jĂĄ vinha usando a ferramenta da submissão contĂ­nua, então gradativamente documentos iam sendo apresentados", explicou.

Segundo o presidente da Anvisa, no caso da vacina Sputnik V, ainda faltam documentos sólidos, consubstanciados, para que a anĂĄlise possa ser feita. O imunizante é produzido no Brasil pela União QuĂ­mica em parceira com o Instituto Gamaleya, da RĂșssia.

Segurança

Barra Torres também disse que as vacinas aprovadas são seguras e que qualquer medicamento pode provocar reações jĂĄ previstas durante os estudos. "Ninguém deve ter pé atrĂĄs em tomar a vacina. Todos nós estamos aqui porque tomamos vacina em alguma época, porque nosso pai, nossa mãe, nosso responsĂĄvel nos levou pela mão em algum momento e nós tomamos vacina. Então, refletir sobre usar ou não vacina me parece algo que não tem sentido", argumentou.

O presidente da Anvisa defendeu ainda a manutenção de medidas não farmacológicas, como o uso de mĂĄscaras, o distanciamento social e a higiene das mãos. "Isso continua sendo essencial e vai ser essencial durante muitos meses, mesmo estando o Brasil em situação bem favorĂĄvel quanto a vacinas", disse.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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