PolĂ­cia diz que Dr. Jairinho praticou sessão de tortura contra Henry semanas antes da morte; mãe foi ao salão de beleza após enterro

Por Rogério Magno em 08/04/2021 às 09:36:35

Fotos: Reprodução

A PolĂ­cia Civil do Rio de Janeiro diz que o vereador Dr. Jairinho teria praticado pelo menos uma sessão de tortura contra o menino Henry Borel semanas antes da morte da criança, em março. Ainda segundo as investigações, a mãe de Henry, Monique Medeiros, sabia de agressões. Jairinho teria se trancado no quarto para bater no menino.

O casal foi preso na manhã desta quinta-feira (8) na casa de parentes de Monique em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Segundo os investigadores, a prisão ocorreu porque a mãe de Henry e Jairinho atrapalharam as investigações da morte da criança e ameaçaram testemunhas.

Investigadores da 16ÂȘ DP (Barra da Tijuca) suspeitam que o vereador agredia o menino com chutes e golpes na cabeça e que a mãe sabia.

Em 12 de fevereiro, Monique descobriu que Jairinho estava no apartamento, trancado no quarto, com o Henry. A polĂ­cia descobriu que ela estranhou que ele tenha chegado cedo em casa.

Ainda segundo as investigações, no dia seguinte ao enterro do filho, Monique passou a tarde no salão de beleza de um shopping na Barra da Tijuca. TrĂȘs profissionais cuidaram dos pés, das mãos e do cabelo da professora, que pagou R$ 240 pelo serviço.

A causa da morte do Henry foi por "hemorragia interna e laceração hepĂĄtica [danos no fĂ­gado] causada por uma ação contundente [violenta]".

A polĂ­cia ouviu pelo menos 18 testemunhas e reuniu provas técnicas que descartam a hipótese de acidente — levantada pela própria mãe da criança em seu termo de declaração na delegacia.

Os policiais descobriram ainda que, após o inĂ­cio das investigações, o casal apagou conversas de seus telefones celulares. Suspeitam, inclusive, que eles tenham trocado de aparelho.

A perĂ­cia do Instituto de CriminalĂ­stica Carlos Éboli (ICCE) usou um software israelense, o Cellebrite Premium, comprado pela PolĂ­cia Civil no Ășltimo dia 31 de março, para recuperar o conteĂșdo.

Em relação a Monique, mãe de Henry, que namorava o vereador desde 2020, os policiais levantaram informações sobre o comportamento dela após a morte do filho que chamaram a atenção. Primeiro que ela chegou a trocar de roupa duas vezes até escolher o melhor modelo, toda de branco, para ir à delegacia.

MĂșltiplos hematomas

A primeira prova importante que chegou às mãos dos investigadores foi um laudo assinado pelo médico legista Leonardo Huber Tauil, feito após duas autópsias realizadas no cadĂĄver da criança, nos dias 8 e 9 de março.

No documento, o perito do Instituto Médico Legal (IML) descreve que a criança sofreu "mĂșltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores", "infiltração hemorrĂĄgica" na parte frontal, lateral e posterior da cabeça, apontou "grande quantidade de sangue no abdômen", "contusão no rim" e "trauma com contusão pulmonar".

A causa da morte foi por "hemorragia interna e laceração hepĂĄtica [danos no fĂ­gado] causada por uma ação contundente [violenta]".

Fonte: G1

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