Governo de Iván Duque declarou um funcionário cubano como 'persona non grata'; país caribenho considera ato 'hostil e infundado'. Ação foi tomada em meio a forte tensão social no país sul-americano. Policiais detêm manifestante durante confronto em Bogotá, na Colômbia, na quarta-feira (5)
AP Photo/Fernando Vergara
O governo de Cuba convocou nesta sexta-feira (7) o embaixador colombiano em Havana para prestar esclarecimentos após a Colômbia expulsar, na véspera, um diplomata cubano que servia em Bogotá.
"O governo da Colômbia tomou uma decisão hostil ao expulsar um diplomata cubano", disse em nota o Ministério de Relações Exteriores do país caribenho.
A chancelaria colombiana alega que o cubano Omar Rafael García Lazo desenvolvia "atividades incompatíveis" com as relações diplomáticas, sem dar exemplos de quais.
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Por conta da acusação, García foi declarado persona non grata e por isso está obrigado a deixar o país em poucos dias.
Havana acusa o governo do presidente Iván Duque de tentar, com a ação, "desviar a atenção da comunidade internacional" sobre a violenta repressão contra os protestos no país.
"Convocamos hoje ao embaixador da Colômbia para informá-lo verbalmente de nossa queixa enérgica contra a decisão de sua chancelaria", disse Eugenio Martínez Enríquez, porta-voz de Cuba para a América Latina.
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Uma série de manifestações têm ocorrido em diversas cidades da Colômbia após o governo apresentar um projeto que previa o aumento de impostos.
Mesmo com o presidente Duque voltando atrás na proposta, uma crescente tensão social vem tomando o país após a morte de manifestantes pela polícia.
Em Cali, a polícia abriu fogo contra manifestantes e deixou vários mortos, o que tem gerado também uma pressão internacional contra o governo colombiano.
A ONU condenou o "uso excessivo da força", já a União Europeia e os Estados Unidos pediram calma e exigiram garantias da Colombia para proteger sua população.
Relações Havana-Bogotá
As relações entre Havana e Bogotá esfriaram com a chegada de Duque ao poder em agosto de 2018.
O político conservador tomou ações contra os acordos de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que aconteciam com o apoio de Cuba.
A ilha também sediou negociações semelhantes com o Exército de Libertação Nacional (ELN), que foi suspenso por Duque e Cuba se recusou a entregar os negociadores do ELN a Bogotá.