Governo se diz cansado de apanhar na CPI e já formou sua tropa de choque para reagir

Por Rogerio Magno em 19/05/2021 às 14:17:33

O governo está cansado de apanhar na CPI da Covid-19. Cansou. Quase tudo o que se trata e se discute no palco da CPI acaba no colo do governo, que procura uma saída para se livrar de tanta pancada. O presidente Bolsonaro, por seu lado, chama de idiotas aqueles que ainda permanecem em casa fugindo do vírus em defesa da vida. São todos idiotas. Os que ainda defendem o isolamentos são idiotas. Devia decretar isso. Um país de idiotas. Fora isso, a CPI continua batendo. O governo se diz cansado. Por isso, começou a montar uma contraofensiva. Será uma guerra. A primeira reunião para armar o contra-ataque foi realizada na segunda-feira, 17, no Palácio do Planalto, reunindo especialmente os senadores governistas integrantes da CPI. A ordem do governo é reduzir os prejuízos com o avanço das investigações sobre o que se fez de errado e com descaso na pandemia. Os técnicos do governo instruíram os senadores aliados sobre como devem se portar durante os depoimentos. A estratégia é recorrer novamente à Justiça para questionar especialmente o relator Renan Calheiros (MDB).

As redes sociais bolsonaristas já foram acionadas para pressionar o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD), para também ouvir governadores. Vale a participação de robôs. Na verdade, os senadores aliados têm reclamado muito do governo. Dizem que falta uma orientação para agir na CPI. Estão todos perdidos. Outro encontro para discutir o assunto foi realizado na casa do almirante Flávio Rocha, da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo. Lá, os senadores governistas choraram suas pitangas reclamando que não sabem ao certo o que devem fazer diante da avalanche de acusações. O governo quer agora montar uma espécie de tropa de choque para enfrentar a CPI. E tem que ser tudo rápido. Não há mais tempo a perder. Guerra é guerra e ponto final. Da sua trincheira, o presidente Bolsonaro tem enviado mensagens por WhatsApp aos senadores aliados durante as sessões, sugerindo intervenções que possam cessar as acusações que acabam dentro do governo. Isso ocorreu especialmente nesta terça-feira, 18, no depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, acusado de tudo que se possa imaginar no que diz respeito à Covid-19, à vacinação e à política externa que só se indispôs com países parceiros do Brasil. Mas a maior preocupação é com o depoimento desta quarta-feira, 19, do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, com uma gestão considerada um desastre completo.

O governo preparou vasto material para os senadores aliados a fim de que possam rebater os oposicionistas. Mas, lá no fundo, está a figura de Renan Calheiros, que o governo quer simplesmente destruir. O governo já redigiu um documento para pleitear na Justiça a parcialidade do emedebista como relator da CPI. A documentação traz todas as intervenções de Renan Calheiros durante as sessões da CPI que revelariam a intenção do relator em atingir especialmente o presidente Bolsonaro. Quem está cuidando disso é a deputada Carla Zambelli (PSL), para quem a CPI é 100% suspeita, conforme ela disse à Jovem Pan nesta terça-feira, 18. A parlamentar assegura que Renan fica nervoso quando os depoimentos não atingem Bolsonaro, que ele quer nocautear. Na linha de frente da guerra declarada à CPI figura o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente. Flávio afirma que seu pai presidente não cometeu crime nenhum e que nada tem a temer. E que é injusta a postura do relator Renan Calheiros em procurar o tempo todo atingir seu pai presidente. Nesta terça-feira, 18, as redes bolsonaristas dispararam exatamente 190 mensagens ofensivas pelo Twitter. A guerra está declarada em campo minado. O governo se diz cansado de apanhar de todos os lados. Alguém precisa reagir. A tropa de choque governista já está formada. De agora em diante, vai ser um vale tudo. Chamar alguém de “vabagundo” vai ser elogio. Só não vale xingar a mãe de ninguém.

Fonte: Jovem Pan

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