Mulher que diz ter sido tocada nos seios pelo governador de Nova York apresenta queixa criminal

Por Rogerio Magno em 06/08/2021 às 19:04:02
Alegação de ex-assistente executiva, que não teve o nome revelado, é a mais grave entre as denúncias de assédio sexual feitas por 11 mulheres contra democrata Andrew Cuomo, que vem sendo pressionado a renunciar Governador de Nova York, Andrew Cuomo

REUTERS/Mike Segar

Uma mulher que disse ter sido tocada nos seios pelo governador de Nova York, Andrew Cuomo, apresentou uma queixa criminal contra o político, informaram autoridades americanas nesta sexta-feira (6).

A alegação é de uma ex-assistente executiva que não teve o nome revelado e é a mais grave entre as denúncias de assédio sexual feitas por 11 mulheres contra o democrata, que vem sendo pressionado a renunciar

Ela afirma que o governador de 63 anos a assediou em sua mansão no ano passado, com esta queixa, surge a possibilidade de que ele seja indiciado. Ele negou diversas vezes ter tocado em uma mulher de forma inadequada.

A mulher teria dito aos investigadores que Cuomo a convidou para sua mansão em novembro de 2020 e a levou para um quarto onde a tocou indevidamente, segundo comunicado publicado na terça pelo escritório da procuradora-geral de Nova York, Letitia James.

A investigação teve tamanha repercussão que o presidente americano, Joe Biden, antigo aliado de Cuomo, disse que o governador deveria deixar seu cargo. "Penso que ele deve renunciar", afirmou Biden a repórteres nesta terça.

Biden defende renúncia de Cuomo após denúncia de assédio

Segundo a BBC, uma mulher chegou a formalizar uma reclamação contra Cuomo e sofreu retaliação do governador e da equipe. Outras mulheres descreveram outras ações: ele teria apalpado e beijado mulheres.

Ele também teria colocado a mão por baixo da blusa de uma funcionária e também deslizado o dedo pelo pescoço de uma policial que fazia sua proteção.

A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, durante entrevista coletiva em seu escritório em 21 de maio de 2021

Richard Drew/AP

"A investigação descobriu que o governador Andrew Cuomo assediou sexualmente atuais e ex-funcionárias do estado de Nova York, envolvendo-se em toques indesejados e não consensuais e fazendo vários comentários ofensivos", afirmou James.

Os investigadores ouviram 179 pessoas nos últimos cinco meses, incluindo mulheres que o denunciaram e funcionários e ex-funcionários do governo estadual.

Andrew Cuomo, governador de Nova York, assediou várias mulheres sexualmente e violou leis, conclui investigação

A procuradora-geral de Nova York afirmou que o que se revelou foi um "local de trabalho tóxico" e um "clima de medo" no qual Cuomo assediou sexualmente várias mulheres, muitas delas jovens, com "apalpadas indesejadas, beijos, abraços e comentários inadequados".

Segundo James, Cuomo e sua equipe também retaliaram ao menos uma pessoa por reclamar da conduta do governador de Nova York, que até o momento não se pronunciou.

Foi dado a Cuomo um prazo, até 13 de agosto, para apresentar evidências em sua defesa antes de sua investigação de impeachment.

Resposta de Cuomo

Cuomo falou de dois casos específicos. Um deles é o de Charlotte Bennett, uma sobrevivente de violência sexual que, segundo ele, foi trabalhar no governo de Nova York por causa de avanços no combate ao assédio sexual.

O governador reconheceu que fez perguntas que ele não faria a qualquer um, mas, segundo ele, eram para tentar checar se ela estava recebendo apoio e se tinha relacionamentos saudáveis pq ele se preocupava com o histórico dela de assédios.

Além disso, ele também citou um caso em que teria apalpado uma mulher. Segundo ele, isso nunca aconteceu, e o caso está judicializado.

As outras acusações, disse ele, são gestos comuns do cotidiano. Cuomo diz que tenta criar conexões com as pessoas, mostrar como ele gosta deles e que agora entende que "há perspectivas culturais e geracionais que francamente eu não tinha conhecimento", disse ele (a experiência o ensinou, garantiu).

Fonte: G1

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