Franceses protestam pela sexta semana seguida contra restrições a não vacinados

Por Rogerio Magno em 21/08/2021 às 17:08:53
Os manifestantes tentam pressionar o governo Macron, que restringe o acesso a restaurantes, cinemas, bares a pessoas completamente imunizadas ou com um teste negativo para a doença. Manifestantes protestam contra a restrição de acesso a locais públicos na França; apenas vacinados podem frequentar bares e restaurantes

AP / Michel Spingler

Pela sexta semana seguida, milhares de franceses foram às ruas neste sábado (21) para protestar contra o passaporte sanitário, o mecanismo de controle implementado pelo governo Macron para restringir o acesso a ambientes fechados a quem está completamente imunizado contra a Covid-19 ou apresenta um teste negativo para a doença.

As manifestações se repetiram de norte a sul do país em tom pacífico, reunindo pessoas de diferentes tendências políticas em torno da indignação contra o controle da circulação e o que chamam de “vacina obrigatória”.

"Tome a vacina se quiser, mas somos contra um passaporte para entrar no hospital ou para ir às compras, exigimos a revogação da lei", discursou uma das figuras emblemáticas do movimento dos "coletes amarelos", Jêrome Rodrigues em Pau, cidade na região dos Pirineus franceses, diante de 2.700 manifestantes.

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Ao norte, em Lille, o protesto reuniu 3.200 pessoas, na contagem oficial, e era encabeçado por uma faixa com os dizeres “Tiremos Macron, com seu passaporte e suas reformas estúpidas”("Dégageons Macron avec son pass et ses réformes à la con", em francês).

Contra o passaporte sanitário

Os manifestantes tentam pressionar o governo de Emmanuel Macron, que neste momento restringe o acesso a restaurantes, cinemas, bares e até trens de longa distância a pessoas completamente imunizadas ou com um teste negativo para a doença. O teste, feito hoje de maneira gratuita, passará a ser cobrado nos próximos meses para quem não tiver um pedido médico.

Participando do protesto em Paris, Monique Bourhis, "não vacinada" aos 75 anos, disse não ser contra a vacina, “estou esperando a francesa". O país, até o momento, tem adotado as vacinas da Astrazenec, Pfizer e Moderna.

Doutor Raoult

De acordo com a polícia, as maiores manifestações aconteceram em Marseille, com 9.500 pessoas, e em Toulon (6.000). Houve ainda 4.100 manifestantes em Estrasburgo, 3.400 em Bordeaux e Toulouse, 3.000 em Bayonne, 2.500 em Nice, 2.300 em Nantes e 2.000 em Caen.

Em Paris, os manifestantes foram divididos em quatro protestos, dois deles iniciados por grupos de "coletes amarelos" e um por Florian Philippot, líder do partido de extrema direita "Patriotas". Na marcha conduzida por Philippot, o nome do médico Didier Raoult, ferrenho defensor do uso da hidroxocloroquina contra a Covid-19, foi ovacionado muitas vezes.

Em apoio ao médico que segue apoiando o uso da hidroxicloroquina, apesar de numeoros estudos mostrarem sua ineficácia contra a Covi, muitos manifestantes em Paris e em Marselha carregavam faixas “Não toquem em Raoult”.

Nesta semana, o diretor dos Hospitais de Marselha afirmou que Raoult, que trabalha no Instituto do Hospital Universitário de Marselha, não deve manter seu mandato na direção da instituição. Aos 69 anos, o pesquisador será obrigado a se aposentar de seus trabalhos universitários.

“Vacina para quê?"

Em Bordeaux, no sudoeste da França, manifestantes entoavam o slogan "não toquem em nossos filhos". Entre os manifestantes, pais e avós preocupados com a extensão da vacinação a crianças menores de 12 anos --o que ainda não tem previsão do governo para acontecer.

Desde junho, os adolescentes entre 12 e 17 anos podem ser imunizados contra a Covid-19. Até o momento, 55% desse grupo já tomou ao menos uma dose da vacina.

Entre a população geral da França, 70% já tomou ao menos uma dose do imunizante, e 55% está completamente vacinada.

Fonte: G1

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