Secretário de Estado dos EUA diz que Talibã prometeu permitir saída dos afegãos; ONU afirma que serviços básicos estão entrando em colapso

Por Rogerio Magno em 07/09/2021 às 07:58:06
O Afeganistão enfrenta o colapso de serviços básicos e há risco de que a ajuda com comida acabe, segundo a ONU. Membros do Talibã perto de Cabul, em 6 de setembro de 2021

Aamir Qureshi/AFP

O Talibã prometeu novamente ao governo dos Estados Unidos que permitirá a saída do país dos afegãos que assim desejarem, afirmou nesta terça-feira (7) o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, que visita o Catar.

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Líderes do movimento islamita afirmaram que "permitirão que as pessoas com os documentos de viagem partam de maneira livre", disse Blinken em uma entrevista coletiva.

O governo do presidente Joe Biden é pressionado por informações, algumas delas confusas, sobre pessoas com passaporte americano que estão bloqueadas no aeroporto de Mazar-i-Sharif, norte do Afeganistão, segundo uma ONG americana.

"A comunidade internacional espera que o Talibã respeite este compromisso de permitir a saída das pessoas", disse Blinken.

O Catar reafirmou que o aeroporto de Cabul, fechado desde que os últimos soldados americanos saíram do país no fim de agosto, reabrirá em breve, mas não anunciou uma data concreta.

Esta é a primeira viagem à região de funcionários de alto escalão do governo americano desde que o Talibã assumiu o poder em 15 de agosto e após a retirada total das tropas estrangeiras.

Na segunda-feira, os talibãs anunciaram que controlam todo o país e que acabaram com o foco de resistência no vale de Panjshir.

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Até o momento, os talibãs não anunciaram um novo governo. Analistas consideram que a chegada ao poder dos islamitas aconteceu de maneira tão rápida que surpreendeu inclusive o movimento, que não estava preparado para as etapas posteriores.

País em colapso

O Afeganistão enfrenta o colapso de serviços básicos e há risco de que a ajuda com comida acabe, segundo o escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para coordenação de assuntos humanitários nesta terça-feira (7).

Jens Laerke, o porta-voz do escritório, afirmou que milhões de afegãos precisam de ajuda para poder comer e ter assistência médica. Ele pede aos doadores que aumentem suas contribuições.

Haverá uma conferência sobre o Afeganistão no dia 13 de setembro.

A agência publicou um pedido para arrecadar cerca de US$ 600 milhões (cerca de R$ 3.1 bilhões) até o fim do ano (há possibilidade de seca e fome).

“Serviços básicos no Afeganistão estão entrando em colapso, e a comida e ajuda com outros itens para salvar vidas estão acabando. Pedimos que os doadores internacionais deem apoio a esse pedido de uma forma rápida e generosa”, disse ele.

Mais de 500 mil pessoas tiveram que deixar suas casas no Afeganistão desde que o Talibã retomou o controle do país. O grupo dominou a capital, Cabul, em 15 de agosto.

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Fonte: G1

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