Veja vídeo: ato no Anhagabaú teve "desfile" de tanque, avião de papel, fumaça e uma detenção

A manifestação que aconteceu neste 7 de setembro no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, reuniu mihares de pessoas e se manteve pacífica, contrariando a apreensão tanto de organizadores como da polícia, preocupados com as declarações de enfrentamento do presidente da República nos últimos dias.

Os Observadores Institucionais, grupo organizado pela CDH (Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP), registrou apenas uma prisão durante o ato. O fato ocorreu na região da estação São Bento do metrô, ao lado do Vale do Anhangabaú. E. M. L. foi abordado pela polícia e resistiu à revista, segundo informou o coordenador do grupo de advogados atuantes no evento, Arnobio Lopes Rocha. Os policiais, então, o prenderam.

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O manifestante é autista e foi levado para o 8° DP, como informa o advogado do CDH Flávio Strauss, que o acompanhou ao distrito policial. A Defensoria Pública foi acionada pelo grupo para acompanhar o caso e deslocou um defensor para prestar assistência no local. O jovem foi liberado após assinar um termo circunstanciado, e uma investigação foi aberta pela polícia.

Afora este incidente, o que se viu foi uma manifestação pacífica do início ao fim, com tempo até para momentos de humor, como no da aparição de um "tanque" feito de papelão sobre uma carroça, soltando muita fumaça por meio de um "escapamento" mantido ao alto por um dos ativistas que tocavam a sátira. Veja abaixo.

Apareceu um tanque do Bolsonaro no Anhangabaú. pic.twitter.com/xgwaVePOH6

— JornalismoWando (@JornalismoWando) September 7, 2021

O mesmo grupo de manifestantes levou aviões de guerra de papel e circulou pelas ruas do centro de São Paulo durante a tarde. A ação satiriza o recente desfile de veículos militares em Brasília, prestigiado por Bolsonaro, em que a Marinha do Brasil conduziu um blindado que chamou a atenção pelo excesso de fumaça que expelia.

O grupo - que se indentifica apenas como "Grupo de Ação" - é formado por jornalistas, advogados, filósofos e comunicadores, e já realizou intervenções anteriores na cidade.

O primeiro “antidesfile” do coletivo percorreu as ruas do centro no ano de 2020 com faixas e bandeiras do Brasil em preto e branco. Na ocasião, as faixas traziam frases como “Estado Genocida!” e “Dependência e Morte”. Os nomes dos participantes do grupo não serão publicados, por razões de segurança.

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Página do grupo em rede social reproduziu imagens do "desfile" / Reprodução

Um dos tanques de papel tem "escapamento humano" e fumaça expelida para o alto / Reprodução