Natália: "Não há nota que desfaça a ameaça golpista e o crime cometido"

Por Rogério Magno em 11/09/2021 às 09:26:57

"Foi a complacência com essa atitude que permitiu a ameaça golpista feita por ele no dia 7. Não há nota que desfaça a ameaça golpista e o crime cometido", afirmou a deputada federal Natália Bonavides, sobre a mudança de tom e aparente recuo do presidente Jair Bolsonaro, após os ferozes ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros, em especial Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, durante os protestos por ele convocados no dia 7 de setembro.

Para parlamentares de oposição, o gesto de Bolsonaro não passa de fingimento e estratégia para um novo ataque, com consequências ainda mais danosas à já fragilizada economia brasileira. O senador Jean Paul Prates lamentou a crise institucional criada pelo próprio presidente e seus aliados e que isso, somado aos graves danos à economia, faz com que o país afunde cada vez mais.

"Após o discurso inflamado de ataques aos poderes do dia 7 de setembro, a Bolsa já sentiu os efeitos. O presidente só tem gerado instabilidade, insegurança jurídica e afugenta investidores", disse o senador. Já Natália lembrou que desde o início de seu mandato, Bolsonaro repete seu comportamento normal, de lançar uma ameaça em um dia e recuar dois dias depois, para se manter livre das punições que suas ações podem acarretar.

A parlamentar alerta para que não se baixe a guarda diante da aparente tranquilidade que deve vir nos próximos dias. "A nota de Bolsonaro, escrita logo após reunião com o golpista Temer, nada mais é do que parte de sua tática de cada vez mais esticar a corda, fingindo que recua enquanto segue avançando. Não devemos baixar a guarda! Toda luta mobilização contra o golpismo e o autoritarismo", destacou.

Aliados celebram atitude

"A ação do presidente Jair Bolsonaro desnorteou muitos que apostavam no caos e instabilidade política. Agora, é seguir em frente esperando que gestos necessários para reequilíbrio do nosso país sejam feitos por todos. A democracia se fundamenta no equilíbrio e independência dos poderes que a compõe", afirmou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Ao elogiar a atitude do mandatário, Marinho debochou da desconfiança com que os opositores do presidente viram a nota lançada por este na quinta-feira (9), redigida com o apoio do ex-presidente Michel Temer, a quem Bolsonaro criticou veementemente no passado. "Vejam o desespero daqueles que faziam o discurso do respeito a democracia, confrontados com a ação do presidente".

"Participar de uma guerra exige coragem e muita estratégia, antes de impulsão ao ataque final. O apoio do povo é o mais importante. Recentemente, um grande exército perdeu uma guerra, mesmo tendo as melhores armas, por falta desse apoio do seu povo. Pensemos na batalha final", disse o deputado federal Girão Monteiro. A mensagem, vista como cobrança por alguns, deixa implícito que o recuo é estratégico e que uma nova "guerra" deve ser travada em breve.

Para o ministro das Comunicações, Fábio Faria, as críticas feitas ao recuo do presidente não passam de raiva e "dor de cotovelo". "Quando a esquerda e a oposição ficam indignadas e criticando o presidente, é porque ele acertou! Brasil acima de todos e Deus acima de tudo", escreveu, em uma rede social.

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