Em 2018, o vulcão foi o responsável por dar início a sequência que terminou na formação de uma grande onda que atingiu a Indonésia e deixou centenas de mortos e mais de mil feridos. Vulcão Anak Krakatau, na Indonésia, em erupção em 2018
Antara Foto/Bisnis Indonesia/Nurul Hidayat/ via REUTERS
Na noite de 22 de dezembro de 2018 um forte tsunami varreu a costa da Indonésia deixando um rastro de destruição, centenas de mortos e milhares de feridos.
Minutos antes, o vulcão Anak Krakatoa havia entrado em erupção.
Todas as condições, combinadas, aumentaram a força da destruição das ondas – muito diferente do risco remoto de que a atividade vulcânica nas Ilhas Canárias gere um tsunami na costa brasileira.
Tsunami atinge a Indonésia
Infografia: Igor Estrella/G1
A erupção na Indonésia "empurrou" a água, uma vez que o Anak Krakatoa está parcialmente debaixo do mar – o que também aumentou seu potencial na hora de formar o tsunami.
Além da força das explosões e do deslizamento de terras, uma alta da maré no Estreito de Sunda – que divide as ilhas de Java e Sumatra – gerou a sequência mortal de ondas.
Veja imagens de vulcão em erupção nas Ilhas Canárias espanholas
13% dos vulcões ativos
Composta por cerca de 17 mil ilhas, a Indonésia – localizada no Círculo de Fogo do Pacífico – concentra 13% dos vulcões ativos no planeta. A ilha de Krakatoa original tinha vários desses vulcões.
Em 1883, uma sequência de explosões foi tão violenta que fez desaparecer a maior parte da ilha, redesenhando os mapas da região.
Quase 50 anos depois, uma nova série de erupções no fundo do mar fez surgir um novo vulcão – o filho do Krakatoa, ou Anak Krakatoa.
Vulcão Krakatoa em erupção na Indonésia em foto de 2020
Centro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico de Desastres Geológicos da Indonésia/AFP
Também chamada de Anel de Fogo, esta é a área de encontro de placas tectônicas que afeta praticamente toda a costa do Pacífico (veja no infográfico abaixo).
Infográfico mostra Anel de Fogo do Pacífico
Karina Almeida/G1
Ondas 'empurradas' pelo vulcão
Na erupção de 2018, o colapso da parede sudoeste do vulcão lançou no mar uma quantidade de rocha equivalente a 90 campos de futebol.
Isso gerou ondas gigantes, que foram se deslocando em direção à praia.
À medida em que a profundidade diminuía, a altura das ondas aumentava, criando um paredão de água que invadiu o litoral com força.
Imagem aérea mostra parte da destruição causada por tsunami na praia de Carita, na Indonésia
Azwar Ipank / AFP
Como se forma um tsunami?
O tsunami é provocada por um terremoto em alto mar, a milhares de metros de profundidade, causado pelo choque de duas placas tectônicas.
Antes de acontecer um tsunami o mar recua até meio quilômetro. Minutos depois, a água volta formando ondas gigantes e devastam tudo que encontram pela frente.
As forte ondas, geradas por uma erupção, são menos comuns e exigem condições bastante excepcionais, como o deslizamento de grandes partes de terra no mar.