Confira as entrevistas do Brasil de Fato com os vencedores do 63º Prêmio Jabuti

Por Rogerio Magno em 26/11/2021 às 10:28:48

A condecoração do 63º Prêmio Jabuti às melhores obras literárias do país foi realizada nesta quinta-feira (25). No total, 3,4 mil obras concorreram à premiação, o que representa um aumento de 31% nas inscrições em relação ao ano passado.

O prêmio é dividido em quatro eixos: literatura, não ficção, produção editorial e inovação, que comportam outras vinte categorias.

Entre os vencedores, estão o escritor e colunista, Jeferson Tenório, patrono da Feira do Livro de Porto Alegre de 2020, com o livro O Avesso da Pele, na categoria de romance literário.

“É necessário preservar o avesso, você me disse. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina o nosso modo de estar no mundo. E por mais que sua vida seja medida pela cor, por mais que suas atitudes e modos de viver estejam sob esse domínio, você, de alguma forma, tem de preservar algo que não se encaixa nisso, entende? Pois entre músculos, órgãos e veias existe um lugar só seu, isolado e único. E é nesse lugar que estão os afetos. E são esses afetos que nos mantêm vivos.” O Avesso da Pele

Nascido no Rio de Janeiro e radicado em Porto Alegre, Tenório é doutorando em Teoria Literária pela PUCRS. Teve textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para o inglês e o espanhol. Até o início desse ano Tenório ministrava aulas de literatura, devido ao sucesso do recente livro, suspendeu a atividade docente para se dedicar a agenda intensa provocada por sua obra.

:: “Vivemos uma crise muito grande da indiferença do outro”, diz escritor Jeferson Tenório ::


" Essa é a perversidade do racismo estrutural, não interessa qual é a sua cor, você pode estar a serviço justamente dessa estrutura racista" / Foto: Katia Marko

Em recente entrevista ao Brasil de Fato RS, Tenório falou sobre racismo, outros autores e autoras negros, como Conceição Evaristo, seu livro, entre outros assuntos. Confira a entrevista completa.

Também foi premiada a paraense Monique Malcher, na categoria ficção, com o livro Flor de Gume. Nascida em Santarém, no oeste do Pará, Monique Malcher escreve desde os 10 anos de forma consistente. "Fico aborrecida quando falam que sou uma escritora iniciante. É preciso desconstruir a ideia de que a literatura começa e termina no livro. Há tantos formatos dos quais faço uso que me recuso a ser tratada como uma escritora que teve sorte", conta Monique, que já vendeu diversos dos seus formatos literários no ônibus e sempre teve como foco ser lida.


Obra reúne 37 contos com a história de mulheres que vivenciam diversos tipos de violência / Monique Malcher/Arquivo Pessoal

Flor de Gume trata de temas que, infelizmente, rodeiam o mundo feminino como alienação parental, violência doméstica e abuso sexual. A obra literária conta com 37 contos que reúne histórias das mulheres da vida de Monique como mãe e avós, mas também de mulheres diversas com quem cruzou em sua existência, como quando trabalhou com vítimas de violência doméstica, quando ainda exercia o jornalismo.

Leia e ouça: :: Monique Malcher, de Santarém (PA), concorre ao Prêmio Jabuti, o maior da literatura nacional ::

Confira a entrevista recente completa de Malcher ao Brasil de Fato:

Fonte: Brasil de Fato

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