Sob o olhar de céticos, Biden e Trump encontram terreno comum e comungam a mesma crença - a vacinação contra Covid

Por Rogerio Magno em 22/12/2021 às 10:50:25
Ex-presidente americano é vaiado por partidários ao admitir que tomou a dose de reforço, questionada e criticada anteriormente por ele. Montagem de fotos de Biden e Trump

Kevin Lamarque e Carlos Barria/Reuters

Em uma rara admissão de que converge em algo com seu antecessor, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez novo apelo aos americanos para que tomem a dose de reforço contra a Covid-19, também defendida no domingo (19) por Donald Trump, ainda que sob vaias de partidários.

"Junte-se a nós", conclamou Biden, como se, por um instante, fosse possível estar lado a lado de um ex-presidente que o acusa de ter roubado a eleição.

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A diferença é que, para não contrariar sua base radical, ainda resistente à vacinação, Trump não se deixou fotografar ao receber as três doses. Sempre que se engajou na campanha foi para ressaltar os esforços de seu governo na produção do imunizante.

A vacina foi desenvolvida enquanto ele estava no cargo e sua produção, agilizada pela Operação Warp Speed. "Acho que salvei milhões e milhões de vidas em todo o mundo", atestou, em um autoelogio, em setembro passado a uma rádio conservadora.

Ou seja, Trump defende a vacina, mas não se envolve na campanha para minar a atuação dos céticos que disseminam teorias de conspiração. Ele próprio se mostrou reticente em setembro passado em relação à dose de reforço. "Sinto que estou em boa forma, não sei se vou tomá-la."

Ao lado de Bill O"Reilly, o polêmico ex-comentarista da Fox News, Trump admitiu, no domingo passado em Dallas, que recebeu a terceira dose, embora anteriormente a tenha creditado ao lobby de farmacêuticas.

Apenas 30% dos americanos tomaram o reforço contra a Covid-19. O mesmo índice da população nem sequer recebeu a primeira dose, integrando o que Biden chama de "pandemia dos não vacinados".

Até agora, Trump e Biden disputavam o legado da vacinação nos EUA. Nesta terça-feira, o presidente, enfim, deu crédito ao anterior: "Graças ao governo anterior e à nossa comunidade científica, os EUA foram um dos primeiros a obter a vacina. Graças ao meu governo e ao trabalho árduo dos americanos, conseguimos liderar a vacinação."

Quando divide louros com seu antecessor, o presidente americano põe também em xeque a credibilidade de Trump junto aos simpatizantes – os mesmos que o vaiaram por ter recebido a terceira dose. Os republicanos estão entre os mais reticentes à vacinação. E ouvir que o ex-presidente foi vacinado não parece encorajá-los ou, mesmo, fazê-los mudar de opinião.

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Fonte: G1

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