"Cemitério" de mamutes com mais de 200 mil anos é encontrado

Por Rogerio Magno em 01/01/2022 às 14:38:50

Um gigantesco "cemitério" cheio de restos de mamutes foi encontrado recentemente por pesquisadores em uma pedreira em Swindon, uma cidade no sudoeste da Inglaterra. Ao lado dos ossos, que estão ali provavelmente desde a última era glacial, segundo arqueólogos, também tinham ferramentas de pedra feitas por Neandertais, incluindo um machado de mão e pequenas ferramentas de sílex conhecidas como raspadores, que eram usadas para limpar peles de animais frescos.

“Encontrar ossos de mamute é sempre extraordinário, mas encontrar ossos tão antigos e bem preservados, e tão perto de ferramentas de pedra de Neandertal, é excepcional”, disse Lisa Westcott Wilkins, cofundadora da DigVentures, equipe arqueológica de crowdsourcing, no Reino Unido, responsável pela escavação.

Imagem: DigVentures via Live Science

Além dos restos de mamutes, como presas, ossos da perna, costelas e vértebras pertencentes a uma espécie de "Mamute da Estepe" – espécie extinta e a primeira a se adaptar ao clima temperado -, também foram achadas delicadas asas de besouro e frágeis conchas de caramujos de água doce.

De acordo com informações da Live Science, os pesquisadores dataram o local entre 210 e 220 mil anos atrás, perto do final de um período interglacial (temperaturas passam a ser mais quentes), quando os neandertais ainda viviam na região, mais especificamente na Grã-Bretanha.

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Evidências pré-históricas encontradas anteriormente sugerem que os neandertais perseguiam mamutes e outros grandes paquidermes, indicando que o cemitério pode ser resultado de caçadas da época – os pesquisadores ainda pretendem avaliar se os ossos possuem marcas das ferramentas também encontradas.

“As descobertas têm um valor enorme para a compreensão da ocupação humana da Grã-Bretanha, e as delicadas evidências ambientais recuperadas também nos ajudarão a entendê-la no contexto das mudanças climáticas do passado”, disse o chefe executivo da Historic England, Duncan Wilson, um órgão britânico de preservação.

Imagem: DigVentures via Live Science
Imagem: DigVentures via Live Science

“Por meio dessas descobertas e da pesquisa que se seguirá, esperamos que mais luz seja lançada sobre a vida na Grã-Bretanha há 200.000 anos.”

As descobertas, que foram filmadas, foram registradas no novo documentário da BBC “Attenborough and the Mammoth Graveyard”, com Sir David Attenborough e Ben Garrod, um biólogo da University of East Anglia, no Reino Unido. O programa foi ao ar em 30 de dezembro, última quinta-feira, na BBC One.

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Fonte: Olhar Digital

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