Capitólio: o que causou a queda do paredão em Minas Gerais

Por Rogerio Magno em 08/01/2022 às 22:13:03

A região de Capitólio é conhecida dentro da geologia como local de estudo sobre rochas, segundo Macchi, não é incomum que professores universitários levem os alunos à região para a realização de pesquisas de campo. Por conta disso, é provável que a área já estivesse mapeada e o risco de queda fosse conhecido.

“Eu acredito que possa ter acontecido uma falta de comunicação, de avisar que era um paredão muito frágil e que tinha risco”, explica. “E se estiver chovendo, o risco é duplicado”. Desde dezembro, o nordeste, centro-oeste e parte do sudeste do Brasil têm enfrentado fortes chuvas.

Tragédia era evitável?

Segundo a geóloga, era necessária a instalação de placas de aviso sobre os riscos nas áreas de cânions. Porém, em sua visita ao local, Mayra Macchi não se recorda de ter visto nenhum aviso sobre os risco de colapso dos cânions, apenas sobre as quedas d"água da usina hidrelétrica de Furnas.

Apesar de Capitólio ser uma área densamente estudada, a área do paredão que caiu é de difícil acesso por meios convencionais. Para chegar ao topo da rocha e estudá-la a fundo, seria necessário que uma geólogo profissional e experiente e com habilidade para acessar o local de rapel, algo que não é muito comum.

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Porém, para alguém que tem os olhos treinados, uma rocha com aquele desenho gera preocupações. Por conta disso, o acesso de turistas àquele local deveria ter alguns empecilhos.

“Era uma coisa que a gente não conseguiria prever com exatidão que aconteceria, mas sem saber o quanto de rocha que desprenderia, onde ia desprender e pra onde ela ia cair”, explica. “O formato do corpo e quanto ele se desprende, são coisas que a gente nunca consegue prever”, completa.

O que deveria ter sido feito?

Mas que acidentes como o ocorrido em Capitólio não sejam previsíveis, seria possível evitar que o local tivesse circulação de pessoas no momento da erosão da rocha. Medidas simples poderiam ter sido tomadas, como a sinalização por meio de placas e a orientação para que os turistas se afastassem das áreas de encostas.

Porém, uma explicação possível para a ausência de sinalização adequada é um temor das autoridades locais de diminuir o potencial da exploração turística. Para o trânsito em segurança dos turistas, seria necessária uma delimitação da área permitida ou a realização obras de drenagem e estabilização, em geral custosas.

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Fonte: Olhar Digital

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