Empresa de Singapura lança satélite com combustível mais eficiente

Por Rogerio Magno em 18/01/2022 às 21:16:25

Não foi só o satélite brasileiro que a SpaceX levou ao espaço. A missão Transporter-3, executada na última semana, também alçou para fora da Terra um satélite da startup Aliena, que conta com um sistema de combustível mais eficiente que as misturas propelentes conhecidas hoje.

A empresa, uma startup derivada da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, usa um motor de propulsão Hall, que se vale de plasma impulsionado por uma corrente elétrica. A tecnologia foi uma invenção da própria Aliena e, segundo a companhia, consome “apenas uma fração” da energia necessária para esse tipo de operação.

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Os cofundadores da Aliena, George-Cristian Potrivitu (CTO, à esq.) e Mark Lim Jian Wei (CEO, à dir.): especialistas desenvolveram novo sistema de propulsão para satélites com uso mais eficiente de combustível (Imagem: Aliena/Divulgação)

Todo satélite precisa de um motor de aceleração. Mesmo aqueles que estão estacionados em uma posição fixa na órbita da Terra comumente disparam propulsores para corrigir orientação ou manter-se dentro da trajetória específica em caso de qualquer desvio. Isso porque a atmosfera da Terra ainda tem uma força considerável para puxá-los de volta sem esses recursos, fazendo com que eles passem por reentrada atmosférica e, no melhor dos cenários, sejam incinerados na queda (o pior cenário é eles caírem de volta e atingirem o solo – uma cidade povoada, por exemplo).

Antigamente, satélites tinham toneladas de peso e eram imensos em tamanho, mas a evolução tecnológica permitiu que a miniaturização que conhecemos em processadores de computador também os atingissem – e hoje, temos como exemplo disso o CubeSat, que normalmente têm formato quadrado (10x10x10x10 centímetros) e dificilmente pesam mais que dois quilogramas (2 kg).

Entretanto, os propulsores Hall atuais não servem para satélites menores, já que necessitam de cerca de mil watts (W) para manter objetos em órbita – esse volume energético é destinado exclusivamente para satélites maiores.

Por essa razão, a solução desenvolvida pela Aliena “tapa” esse buraco de forma elegante e funcional, pois necessita de somente 10 W de força, e seu design facilita seu uso em satélites, vejam só, de proporções de até 10x10x10x10 cm – pois é, a comparação com o CubeSat não veio à toa.

A empresa conseguiu o feito ao usar as propriedades da propulsão por plasma, um dos quatro estados fundamentais da matéria, que consegue exercer movimento com uma força da escala de micronewtons – em termos comparativos, o mesmo volume de força que uma formiga despende para caminhar alguns passos.

“À medida em que a indústria espacial continua a crescer exponencialmente e rapidamente, a Aliena quer atacar uma demanda crescente por mobilidade no espacial por meio de nossos motores de plasma”, disse o doutor Mark Lim Jian Wei, co-fundador e CEO da empresa. 

“[O espaço] era antes um mercado nascente, mas nós vimos uma súbita explosão de empresas de tecnologia espacial sendo incorporadas para capitalizar o custo-benefício de pequenos satélites e acessibilidade ao espaço, a fim de lançar suas próprias constelações, que certamente vão impactar negócios terrestres e extraterrestres”, ele continuou.

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Fonte: Olhar Digital

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