Desde que voltou ao poder em agosto passado, os extremistas tomaram conta de um dominaram um país que enfrenta uma grave crise humanitária. Mulheres com burca em protesto em apoio ao regime talibã em frente à embaixada dos EUA em Cabul em 26 de janeiro de 2022
Wakil KOHSAR / AFP
Um grupo de cerca de 100 mulheres com véu foi às ruas de Cabul, nesta quarta-feira (26), expressar seu apoio ao regime talibã e exigir a liberação dos ativos nacionais congelados por países ocidentais, em um momento de profunda crise humanitária no Afeganistão.
Neste protesto, organizado pelos talibãs, a maioria das manifestantes usava burca, um véu integral com uma rede na altura dos olhos, ou um niqab, que também cobre o rosto, mas permite ver os olhos, observou um jornalista da AFP no local.
LEIA TAMBÉM:
Talibãs usam gás pimenta em protesto de mulheres contrárias ao regime em Cabul
Sob Talibã, tráfico de drogas cresce no Afeganistão
Reunidas em frente à antiga embaixada dos Estados Unidos, levantaram cartazes em inglês, pashtun e dari, para afirmar seu "apoio ao emirado islâmico", nome dado pelos talibãs ao seu regime, e exigir "o desbloqueio do dinheiro congelado".
Talibã restringe ainda mais direitos de mulheres
Desde que voltou ao poder em agosto passado, os talibãs dominaram um Afeganistão que enfrenta uma grave crise humanitária.
A ajuda internacional, que representava cerca de 80% do orçamento, foi subitamente interrompida, e os Estados Unidos congelaram US$ 9,5 bilhões em ativos do Banco Central do Afeganistão.
De acordo com a ONU, hoje, a fome ameaça 55% da população.
"Os Estados Unidos deveriam liberar imediatamente o dinheiro do Afeganistão", disse Basri Deedar, diretora de uma escola particular que liderava o manifesto.
"A comunidade internacional não deve usar os direitos das mulheres como desculpa para perseguir os afegãos", acrescentou.