Problema na implantação de sonda caça-asteroides da Nasa persiste

Por Rogerio Magno em 27/01/2022 às 18:46:41

Três meses após o lançamento da sonda Lucy, da Nasa, desenvolvida para explorar os asteroides troianos que orbitam o Sol à frente e atrás de Júpiter, os cientistas envolvidos da missão afirmam que ainda não foi resolvido o problema de uma das duas grandes matrizes solares da espaçonave, que não foi totalmente implantada no espaço.

Um dos painéis solares da sonda Lucy, da Nasa, apresentou problema na implantação logo após o lançamento. Imagem: Nasa/Divulgação

Conforme ressalta o site Space.com, nenhuma nave espacial jamais visitou os asteroides troianos, que os cientistas acreditam serem “fósseis” da formação do sistema solar. No entanto, logo após o lançamento, conforme noticiado pelo Olhar Digital, embora o resto do trabalho tenha corrido bem, a equipe da missão percebeu a falha.

“As pessoas têm trabalhado dia e noite desde o lançamento para tentar descobrir o que está acontecendo, e acho que entendemos isso”, disse Hal Levison, principal investigador da missão Lucy e cientista planetário do Instituto de Pesquisa do Sudoeste do Colorado, durante uma apresentação ao Grupo Consultivo de Pequenos Corpos da Nasa. Esse grupo fornece recomendações independentes à agência sobre o estudo de luas, asteroides, cometas e afins.

De acordo com o que foi exposto na reunião, a sonda permanece em órbita ao redor da Terra, onde continuará por cerca de um ano antes de se mover mais fundo no sistema solar. Como as matrizes são muito maiores do que precisam estar no ambiente relativamente iluminado pelo sol, então a situação não é urgente.

“Temos muito tempo, realmente, porque não estamos programados para disparar os motores principais por um tempo e estamos em travessia”, disse Levison. “Então estamos tomando nosso tempo para analisar cuidadosamente nossas opções”.

Sonda Lucy tem energia suficientes para a missão

Levison também disse que a produção atual de energia de Lucy é suficiente para atender às necessidades da missão durante toda a jornada. “A boa notícia é que isso significa que estamos produzindo mais de 90% da potência esperada, na verdade 92% ou 93%”, disse ele. “Portanto, a energia não é um problema para a espaçonave”.

Assim como se costuma fazer para lançar equipamentos grandes, os dois painéis solares de Lucy foram dobrados para que a espaçonave pudesse caber no foguete que a conduziu ao espaço. Então, então começaram a se abrir para a devida implantação. Cada matriz abrange 7 metros e é aberta por uma corda equipada com motores.

Enquanto uma foi totalmente implantada, desenrolando-se em 360 graus e acionando uma trava para manter a matriz no lugar, a equipe acredita que a outra conseguiu se desenrolar um pouco menos de 350 graus, impedindo o travamento.

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Segundo a equipe responsável por Lucy, um problema com o cordão destinado a puxar a matriz aberta foi o que impediu a implantação completa. “Através de algum processo desconhecido, houve um período em que não teve tensão na corda enquanto ele estava implantando”, disse Levison. “Como resultado, o cordão caiu do carretel. Achamos que há algo como 76 centímetros de cordão restante para ser puxado para dentro”.

Levison revelou que a equipe está avaliando duas opções, acrescentando que, “ambas têm uma chance significativamente boa de sucesso”.

Uma abordagem tentaria terminar de implantar a matriz solar “rebelde” ligando novamente os motores que trabalham a corda. “Estamos quase lá, então acho que se pudermos puxar um pouco mais forte, talvez possamos fazer tudo travar”, disse Levison. No entanto, a equipe não quer se precipitar. “Estamos executando de uma maneira que não foi projetado para funcionar, então temos gastado um bom tempo analisando os riscos em tentar fazer essa reimplantação”.

A outra opção potencial é, simplesmente, não fazer nada, já que, segundo a equipe, a matriz solar pode atender às necessidades da espaçonave da forma que está. Porém, isso deixaria uma lacuna na matriz, como uma fatia de torta faltando, e também a deixaria sem o suporte da trava fechada.

“Temos muito poder; a questão é a integridade estrutural da matriz durante as queimaduras principais do motor”, disse Levison. “As forças e torques que passam pela matriz e particularmente onde ela está conectada à espaçonave são diferentes do projetado”.

“Essa distinção significa que a equipe está construindo modelos e realizando análises do que a espaçonave pode experimentar durante uma queima de motor principal para garantir que deixar a matriz como está não prejudicaria a espaçonave”, disse Levison, garantindo que, exceto por essa questão, a sonda Lucy está se comportando muito bem na viagem.

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Fonte: Olhar Digital

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