Líderes separatistas de Luhansk e Donetsk pedem ajuda militar à Rússia para repelir forças ucranianas

Por Rogerio Magno em 23/02/2022 às 19:09:55
Parlamento russo já havia votado anteriormente autorização para que tropas russas ajam no exterior. Militantes se reúnem em um ponto de alistamento militar em na cidade separatista de Donetsk

REUTERS/Alexander Ermochenko

Os chefes das autoproclamadas República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk, as duas duas regiões separatistas da Ucrânia reconhecidas como independentes por Moscou, pediram formalmente ao presidente russo Vladimir Putin ajuda para repelir o que dizem ser agressões crescentes das forças ucranianas, informou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência de notícias estatal russa RIA-Novosti.

"O presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, recebeu cartas de apelo do chefe da República Popular de Luhansk, Leonid Pasechnik, e do chefe da República Popular de Donetsk, Denis Pushilin", disse Peskov.

“Kiev continua a aumentar sua presença militar na linha de contato, enquanto recebe apoio abrangente, incluindo apoio militar, dos Estados Unidos e de outros estados ocidentais. O regime de Kiev está focado em resolver o conflito pela força", diz o apelo, segundo Peskov.

Denis Pushilin, líder separatista de Donetsk, participa de entrevista coletiva nesta quarta (23)

Reuters/Alexander Ermochenko

“Diante do exposto, os chefes das duas repúblicas, em conexão com a situação atual, bem como para evitar baixas civis e uma catástrofe humanitária, com base nos artigos 3 e 4 dos tratados de amizade, cooperação e assistência entre a Federação Russa e as repúblicas, pedem ao presidente da Rússia que ajude a repelir a agressão das forças armadas e formações da Ucrânia", acrescentou Peskov.

Os chefes das duas regiões separatistas alegam que os moradores da área estão fugindo “devido ao agravamento da situação e às ameaças de Kiev”. "As ações do regime de Kiev testemunham a falta de vontade de acabar com a guerra em Donbas", disse o apelo, segundo Peskov.

O Parlamento da Rússia já deu consentimento para o envio de tropas russas para território estrangeiro.

Mais cedo, o líder apoiado pela Rússia da região separatista de Donetsk disse que deseja estabelecer suas fronteiras pacificamente com a Ucrânia, mas reservou-se o direito de pedir ajuda à "grande Rússia".

Áreas de Donetsk e Luhansk, reconhecidas como independentes pela Rússia

Arte g1

Denis Pushilin disse ser a favor do diálogo com a Ucrânia, em primeira instância. Mas ele afirmou em uma entrevista coletiva que a situação do prolongado conflito havia se tornado crítica e que os separatistas haviam acelerado uma mobilização de forças, na qual homens saudáveis entre 18 e 55 anos foram chamados para lutar.

"Nós venceremos. Com pessoas como estas, venceremos. Com um país como este, com a grande Rússia, que respeitamos e valorizamos", disse ele. "Não temos o direito de perder, ou mesmo de duvidar da nossa vitória."

O reconhecimento pela Rússia da independência de Donetsk e da vizinha Luhansk foi declarado ilegal pelos países ocidentais, que impuseram novas sanções contra Moscou.

Entenda a ligação histórica entre Ucrânia e Rússia; e saiba onde estão os separatistas pró-Rússia na Ucrânia

A medida levou a crise da Ucrânia a uma nova fase, uma vez que os tratados que o presidente russo, Vladimir Putin, assinou na segunda com líderes separatistas oferecem um pretexto legal para a Rússia enviar suas forças em apoio aos separatistas, que atualmente controlam apenas uma fração das duas regiões do leste da Ucrânia que reivindicam.

Fonte: G1

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