Nasa conclui montagem dos painéis solares da espaçonave que vai estudar um dos primeiros asteroides descobertos

Por Rogerio Magno em 07/03/2022 às 19:46:00

Aventurar-se pelo cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, longe do Sol, apresenta desafios para essa missão, que adaptou a tecnologia padrão de satélite comercial em órbita da Terra para uso no frio e escuro do espaço profundo.

Perto da Terra, as matrizes solares geram 21 quilowatts — eletricidade suficiente para abastecer três ou quatro casas. Na espaçonave Psyche, no entanto, os painéis produzirão apenas cerca de 2 quilowatts — suficientes para pouco mais do que um secador de cabelo.

“A tecnologia subjacente não é muito diferente dos painéis solares instalados em uma casa, mas os da Psyche são hipereficientes, leves, resistentes à radiação e capazes de fornecer mais energia com menos luz solar”, disse Peter Lord, diretor técnico da missão Psyche na Maxar Technologies, em Palo Alto, Califórnia, onde as matrizes e o chassi de propulsão elétrica solar foram construídos. “Essas matrizes são projetadas para funcionar em condições de baixa luz, longe do Sol”, acrescentou.

Após a instalação e implantação bem-sucedidas dos três painéis centrais dentro de uma sala esterilizada no JPL, as matrizes de Psyche foram dobradas de volta contra o chassi e armazenadas para testes adicionais. 

As matrizes retornarão à Maxar, que possui equipamentos especializados para testar a implantação dos dois painéis cruzados perpendiculares. Ainda neste semestre, as matrizes se juntarão à espaçonave no Centro Espacial Kennedy da Nasa, na Flórida, onde ficarão guardadas para o lançamento do Cabo Canaveral.

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Cerca de uma hora após o lançamento, os painéis serão implantados e colocados no lugar em um processo que levará 7 minutos e meio por asa. Eles então fornecerão toda a energia para a viagem ao asteroide 16 Psyche, bem como a potência necessária para operar os instrumentos científicos. 

São eles: um magnetômetro para medir qualquer campo magnético que o asteroide possa ter, câmeras para fotografar e mapear sua superfície e espectrômetros para revelar sua composição. 

A espaçonave também testará um sistema experimental de comunicação a laser denominado Deep Space Optical Communications (DSOC) para se comunicar com a Terra. DSOC usa fótons (luz) para se comunicar em vez das ondas de rádio normais, e promete desempenho de 10 a 100 vezes o dos sistemas atuais baseados em rádio, sem aumento significativo na massa, volume ou consumo de energia do equipamento.

Análise da composição do asteroide 16 Psyche pode revelar dados inéditos sobre o sistema solar

Psyche é “irmã” da Lucy, uma missão lançada em novembro que irá estudar vários asteroides troianos de Júpiter. Apesar de um problema com um de seus painéis solares, a espaçonave atualmente prossegue como programado rumo a seu alvo, numa missão que deve durar 12 anos.

Os asteroides que serão explorados pela Lucy são chamados pela Nasa de “fósseis” da formação de planetas, e podem nos dar pistas sobre as origens do sistema solar. O motivo é que eles teriam sido capturados nas suas órbitas atuais no começo da formação do sistema solar.

O que os instrumentos da espaçonave Psyche transmitir aos cientistas vai ajudá-los a entender melhor o misterioso asteroide altamente rico em metal. Uma possível explicação para o extraordinariamente elevado conteúdo de metal de Psyche é que ele se formou no início da história do nosso sistema solar, seja como material de núcleo remanescente de um planetesimal — um dos blocos de construção de planetas rochosos — ou como material primordial que nunca se desfez. 

Essa missão tem como objetivo ajudar a responder a perguntas fundamentais sobre o núcleo metálico da Terra e a formação do nosso sistema solar.

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Fonte: Olhar Digital

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