RN tem 1314 desabrigados após mais um dia de chuvas intensas

Por Rogerio Magno em 09/07/2022 às 05:05:09
Situação do rio Curimataú é uma das mais críticas. Em Canguaretama, mais de 250 famílias ficaram desabrigadas/ Foto: cedida

Situação do rio Curimataú é uma das mais críticas. Em Canguaretama, mais de 250 famílias ficaram desabrigadas/ Foto: cedida

Após mais um dia de chuvas, Rio Grande do Norte contabiliza 1.314 desabrigados, 73 mil afetados direta ou indiretamente pelos transtornos e 16 cidades em estado de emergência. Decreto extra do Governo do Estado reconheceu a emergência em 16 cidades potiguares.

Segundo o coordenador da Defesa Civil Estadual, Coronel Marcos Carvalho, o Agreste e o Litoral foram as regiões mais atingidas com a ocorrência de chuvas em mais de 100 municípios do estado. O Rio Curimataú transbordou deixando desabrigados em Nova Cruz, Pedro Velho e Canguaretama.

Em edição extra do Diário Oficial, o Governo do Estado decretou estado de emergência em 16 municípios: Natal, Ceará Mirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Parnamirim, Nísia Floresta, Extremoz, Touros, Nova Cruz, Canguaretama, Montanhas, Várzea, Espirito Santo, Pedro Velho, Tibau do Sul, Ielmo Marinho. Até o final da tarde desta sexta-feira (08), dos municípios atingidos, nove tinham encaminhado decretos de situação de emergência e dois, estado de calamidade pública - Ielmo Marinho e Pedro Velho, conforme números da Defesa Civil do RN.

A respeito de deslizamentos, a Defesa Civil apontou que algumas áreas estão sujeitas a deslizamentos de massa, com trechos em Natal, Canguaretama e Baía Formosa. "Neste momento, nosso principal foco e atenção está na calha do Rio Curimataú. Nós tivemos no fim de semana passado municípios mais afetados ao norte do litoral. Agora tivemos muito mais afetados ao Sul, pegando a região do Trairi e Agreste. A calha do Rio Curimataú está sobrecarregada em virtude do volume excessivo de chuva nesses municípios e as defesas civis estão retirando as pessoas para locais seguros", declarou o coordenador da Defesa Civil, coronel Marcos Carvalho.

Em Canguaretama, segundo informações da Defesa Civil Municipal, mais de 250 pessoas ficaram desabrigadas e famílias perderam os seus pertences. No conjunto Oceânia, todas as casas foram desocupadas. As famílias estão sendo alojadas em escolas municipais.

"Existem várias áreas que podem ter movimentos de massa. Esses locais estão todos monitorados, as coordenadorias dos municípios mantém esse monitoramento a Defesa Civil e todas as ações estão sendo tomadas. Tivemos registros em número e tamanho em Baía Formosa e Tibau do Sul, felizmente sem vítimas", cita.

Tibau do Sul
Praias da região de Tibau do Sul, no litoral do Rio Grande do Norte, passam por deslizamentos de terra nas falésias devido às chuvas desde o último fim de semana. A situação se estende com as chuvas desta sexta-feira (8). A situação se estende da Praia do Madeiro até a Praia do Amor, totalizando cerca de 4 km. Em vídeo enviado por locais, é possível ver a grande quantidade de terra que cai do chapadão na Praia do Amor. A Prefeitura de Tibau do Sul pede que a população obedeça aos avisos de perigo.

A Defesa Civil Municipal, em conjunto com a Defesa Civil Estadual, interditou as escadas da Praia do Madeiro (em frente ao hotel Madeiro Beach) e da Praia do Amor (escada do Pescador). A interdição acontece por alto risco de deslizamento. Além disso, os acessos foram interditados por tempo indeterminado pelos danos causados devido às fortes chuvas dos últimos dias. Os deslizamentos que já ocorreram nas áreas estão sendo monitorados constantemente pela Secretaria de Meio Ambiente e pela Defesa Civil Municipal.

O coordenador da Defesa Civil Municipal, Mateus Tomas, explica que o monitoramento das falésias é rotineiro para a equipe. "Os últimos eventos foram excepcionais em todo o estado, o que agrava muito a situação dessa área que já é sensível. Entramos em situação de alerta desde a tarde do dia três, em que houve uma intensidade atípica de volume de chuva", disse.

"Apesar das interdições, as praias estão abertas para visitação, e há acessos alternativos para ambas as praias. É fundamental lembrar que, especialmente nessa época de mais chuvas, é obrigatório manter uma distância segura das bases das falésias, e estar sempre alerta aos avisos e sinalizações de perigo", explicou o Secretário de Turismo, Lavoisyer Macena.

Quanto a alagamentos, a Diretora de Comunicação, Fernanda Monteiro, explica que não há problemas. "Existem áreas com acúmulo de água durante as chuvas mais fortes, mas que não permanecem mais que duas horas após o fim das chuvas. O solo aqui é permeável, quase não se usa asfalto. As ruas pavimentadas em sua maioria são de intertravado, que permite a drenagem", afirma.

Cedida
Nísia Floresta também teve desabrigados e cheias. Problema é mais grave na praia de Barreta

Nísia Floresta também teve desabrigados e cheias. Problema é mais grave na praia de Barreta

Nísia Floresta
Após decretar estado de calamidade pública desde a última segunda-feira (4), a cidade de Nísia Floresta, Região Metropolitana do Estado, instalou gabinete de crise e espaço de apoio para os desabrigados na escola de Camurupim e Pium. A confirmação veio do poder público municipal na tarde desta sexta-feira (8).

Ainda de acordo com a prefeitura, as áreas mais afetadas pelas chuvas são a Praia de Barreta, Comunidades de Pium e Lago Azul. Ao todo, 36 famílias estão desabrigadas e recebendo apoio nas Escolas de Camurupim e Pium. O grupo mais afetado são os residentes da Praia de Barreta, o que corresponde metade das famílias que ficaram sem abrigo, ou seja, 18.

Segundo o boletim pluviométrico da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), até às 07h desta sexta-feira (8), Nísia Floresta registrou 51 mm.

Em nota enviada à imprensa, a Prefeitura afirmou que "não tem medido esforços para garantir a segurança e solucionar os problemas decorrentes desta situação". Além de estar ajudando com abrigo as pessoas mais necessitadas.

Fonte: Tribuna do Norte

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