Apoiado numa bengala, na volta de sua viagem de seis dias ao Canadá, o Papa Francisco foi ao fundo do avião para falar com os jornalistas.
De política, disse pouco. Registrou a qualidade internacional do primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, que, na semana passada, perdeu a maioria no Parlamento italiano. Mas lembrou, com ironia, que ninguém governa por muito tempo no país.
A viagem também foi um teste para a sua saúde. O joelho direito dói, e o pontífice sabe que não pode continuar com o mesmo ritmo de antes. Ele ainda gostaria de visitar Ucrânia, Cazaquistão, Sudão e Congo.
"Vamos ver o que a perna diz", disse Francisco. "Na minha idade e com essas limitações, tenho que economizar um pouco para poder servir à Igreja. Ou, então, pensar na possibilidade de me afastar."
Não foi a primeira vez que ele tocou no tema da renúncia, mas talvez tenha sido a declaração mais enfática. "Não é nenhuma catástrofe mudar de Papa", disse Francisco, abrindo claramente as portas para a aposentadoria do sumo pontífice.
"Acho que tenho que me limitar um pouco com esses esforços", reconheceu o Papa. "Mas vou tentar viajar e estar perto das pessoas."
Em Quebec, esta semana, Francisco pediu perdão pelo que os cristãos fizeram com os povos indígenas. Mas nem todos ficaram satisfeitos, porque não ouviram dele a palavra genocídio.
"Não pensei na palavra, mas descrevi o genocídio em si. Foi genocídio, sim. Podem escrever", admitiu.
Ele condenou as formas de exploração e colonialismo que ainda existem contra os indígenas, em vários lugares do planeta.
Fonte: g1.com